Os bispos alemães denunciam que “muitas pessoas pensam seriamente em deixar a Turíngia”

Foto: Katholish.de

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04 Setembro 2024

  • “É inaceitável que as pessoas de origem imigrante estejam agora preocupadas com a sua segurança, que muitas pessoas pensem seriamente em deixar a Turíngia ou que as empresas questionem o seu futuro no nosso país”

  • Os bispos desta terra alemã manifestaram num comunicado a sua grande preocupação depois dos resultados das eleições regionais que no domingo passado deram a vitória à AfD, uma formação de extrema-direita e xenófoba que flerta com o pensamento neonazista.

  • “Faremos tudo da nossa parte para garantir que a Turíngia continue a ser um Estado amigável e cosmopolita. A nossa principal tarefa é e continua a ser defender a proteção da dignidade humana, especialmente do lado dos mais fracos”, observam os bispos.

A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 03-09-2024. 

“É inaceitável que as pessoas de origem imigrante estejam agora preocupadas com a sua segurança, que muitas pessoas estejam a pensar seriamente em deixar a Turíngia ou que as empresas questionem o seu futuro no nosso país”. Os bispos desta terra alemã manifestaram num comunicado a sua grande preocupação depois dos resultados das eleições regionais que no domingo passado deram a vitória à AfD, uma formação de extrema-direita e xenófoba que flerta com o pensamento neonazista.

“Faremos tudo da nossa parte para garantir que a Turíngia continue a ser um Estado amigável e cosmopolita. A nossa principal tarefa é e continua a ser defender a proteção da dignidade humana, especialmente do lado dos mais fracos”, observa o Bispo de Erfurt, Ulrich Neymeyr, de Dresden-Meißen, Heinrich Timmerevers, e de Fulda, Michael Gerber, cujas dioceses se estendem até a Turíngia, relata Katholisch.

Com 32,8% dos votos, a AfD alcançou um resultado histórico na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. Após a ultraformação, os democratas-cristãos da CDU alcançaram 23,6 por cento, o BSW 15,8 por cento, o Die Linke 13,1 por cento e o SPD 6,1 por cento. Os Verdes e os liberais do FDP já não estão representados no novo parlamento daquele país.

"A formação de um novo governo regional será muito difícil nas atuais circunstâncias. Apelamos a todos os partidos democráticos para que cheguem rapidamente a acordo sobre uma coligação viável para o bem do nosso país, mesmo para além das coligações que têm sido praticadas até agora", disse o assinalam os bispos em sua nota emitida na última segunda-feira. “Precisamos de um governo estável e confiável que resolva os problemas do nosso país com coração e confiança.”

Também o Comitê Central dos Leigos da Alemanha (ZdK), que numa declaração anterior à dos bispos da Turíngia também não mediu palavras e destacou que “o resultado das eleições regionais na Turíngia e na Saxônia mostra que os germes das forças populistas e extremistas estão crescendo cada vez mais.” “É fundamental utilizar maiorias democráticas além da AfD para alianças governamentais. Mais de 30 por cento a favor da AfD na Saxônia e na Turíngia são resultados chocantes. "Devemos mobilizar toda a Alemanha."

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