China pede a tibetanos que denunciem o Dalai Lama

Foto: Norbu Gyachung | Unsplash

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09 Novembro 2023

O regime pró-Pequim no Tibete pediu a centenas de professores e estudantes que denunciem o Dalai Lama – o líder supremo do budismo tibetano – pelas suas alegadas atividades separatistas, durante uma ação de formação em que os instruiu também a “conferir a sua lealdade à ideologia do Estado”.

A reportagem é publicada por 7Margens, 07-11-2023.

A formação terá decorrido no mês passado e o seu conteúdo foi denunciado pela Rádio Free Asia, citada pela UCA News nesta terça-feira, 7 de novembro. De acordo com a mesma fonte, “os participantes também foram instruídos a abster-se de quaisquer atividades religiosas nas escolas”.

O governo comunista chinês acusa o Dalai Lama – exilado em Dharamshala, na Índia, desde a invasão e anexação chinesa do Tibete na década de 1950 – de ser um separatista, que planeia dividir a Região Autônoma do Tibete e as áreas povoadas por tibetanos no oeste da China do resto do país.

O líder budista, de 88 anos, tem dito repetidamente que apenas defende um “caminho intermédiário” que aceite o estatuto do Tibete como parte da China e apelado a maiores liberdades culturais e religiosas para o povo tibetano.

O Dalai Lama tem ainda defendido os direitos linguísticos garantidos às minorias étnicas ao abrigo das disposições da constituição da China.

Apesar de a constituição da China garantir a liberdade de religião e crença e os direitos dos grupos étnicos minoritários, o Partido Comunista Chinês tem sido acusado de violar repetidamente as liberdades religiosas e os direitos culturais e humanos de minorias étnicas, nomeadamente os budistas tibetanos e os muçulmanos uigures.

“Recentemente, vimos uma ligeira flexibilização”, reconhece Dawa Tsering, diretor do Tibet Policy Institute, o think tank oficial do governo tibetano no exílio na Índia – mas mais uma vez as autoridades voltaram a “impor políticas mais duras quando perceberam que, independentemente do esforço e das políticas repressivas, seria impossível erradicar a fé tibetana e a reverência pelo Dalai Lama”, conclui.

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