Direitos sociais e ambientais passam a ter uma “associação privada de fiéis”

Foto: Vatican News

Mais Lidos

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

21 Agosto 2023

O Papa Francisco atribuiu o estatuto de associação privada de fiéis de caráter internacional ao Comitê Pan-Americano de Juízes e Juízas para os Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana (COPAJU) e aprovou a criação do Instituto de Investigação e Promoção dos Direitos SociaisFrei Bartolomé de las Casas”, que funcionará sob a responsabilidade daquele Comitê.

A reportagem é publicada por 7Margens, 18-08-2023.

A organização de magistrados teve origem em Buenos Aires, em 2017, e foi formalmente criada em Roma, em junho de 2019, com a assinatura papal, no âmbito de um encontro realizado na sede da Pontifícia Academia de Ciências Sociais, participado por 120 magistrados.

Tem por objetivo, nomeadamente, promover a “aplicabilidade e a justiciabilidade [1] dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais (DESC), a fim de garantir a eficácia destes direitos a favor das pessoas mais vulneráveis”. Visa também coordenar e promover atividades internacionais, regionais e nacionais relacionadas com os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, assim como denunciar e divulgar situações que violem os vários tipos de direitos das pessoas, em especial os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, no plano individual ou coletivo.

O reconhecimento como associação privada de fiéis de carácter internacional, à luz do Código de Direito Canônico (n. 322), decorre de uma intensa atividade desenvolvida pelo COPAJU nos últimos quatro anos, especialmente na América Latina, a qual, segundo o quirógrafo de Francisco, deu “especial ênfase aos setores sociais descartados, afetados pelos diferentes processos de neocolonialismo”.

Além disso, o Comitê criou seções nacionais na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Brasil, México, Estados Unidos e Paraguai.

O documento papal nomeou também a direção desta associação que passa a ser presidida pelo juiz argentino Andrés Gallardo, que terá como vice-presidente a juíza brasileira Ana Algorta Latorre. O Conselho Acadêmico fundador do Instituto de Investigação e Promoção dos Direitos SociaisFrei Bartolomé de las Casas” será constituído pelos professores doutores Raúl Eugenio Zaffaroni, Alberto Filippi e Marcelo Suárez Orozco.

Nota

[1] Justiciabilidade – neologismo reconhecido pelo Pórtico da Língua Portuguesa, da Academia Portuguesa de Ciências, significando “possibilidade de (bem jurídico) ser discutido em juízo”.

Leia mais