02 Fevereiro 2023
No seu dia, a Vida Religiosa é grata pelo dom da vocação, e juntamente com ela "a fé que permanece, a resistência ousada, a esperança teimosa, a oferta fecunda daqueles que reconhecem que a sua vocação é estar no tecido eclesial: misticismo, missão e profecia".
A reportagem é de Luis Miguel Modino, padre espanhol e missionário Fidei Donum.
Na sequência da Campanha Mulheres da Aurora, a Conferência Latino-americana de Religiosas (CLAR), por ocasião do Dia da Vida Religiosa, celebrado no dia 2 de fevereiro, lançou uma Mensagem à Vida Religiosa do Continente, que parte da passagem evangélica do dia, centrando-se na figura de Anna, uma daquelas mulheres "que rompem a noite e se aproximam da aurora vestidas de fidelidade e amor criativo".
O texto define-a como "a profetisa, a mulher, a pessoa de fé". Ela é a mulher que permanece, que resiste, que persevera, que não desiste. É ela que, vestida de fidelidade e movida pelo amor, se entrincheira no Templo, no lugar da memória e do encontro. A anciã que conhece bem a promessa e espera contra toda esperança, porque sabe que o Messias está chegando, aquela que, com ‘ternura e coragem, procura Jesus que salva’”.
Olhando para hoje, a mensagem mostra admiração pelas "mulheres que rezam e servem. Aquelas que não aparecem, mas do anonimato sustentam a esperança de todos quantos se aproximam delas. Resistindo, apoiando-se umas nas outras, sonhando com um futuro melhor". Eles são os "Anas" de hoje, que "não perdem tempo em lamentações, mas levantam a cabeça, seguram com fortaleza a frágil mão das pessoas que amam e acompanham, atravessam a incerteza, vencem o medo e entoam com fé uma canção indignada, resistente e esperançosa, apegando-se ao Deus que as sustenta, o mesmo Deus que nas noites escuras da vida é sua única luz".
Mostrando quem é Ana, a mensagem sublinha que, à chegada da Criança ao Templo, "ela a reconheceu imediatamente", a partir de uma experiência de plenitude. A partir daí, a Vida Religiosa do continente reconhece as suas perdas, afirmando que " espera se tornou nossa rotina diária". Apesar disso, "Deus não cessa de se manifestar", sendo reconhecido como "o único capaz de dar plenitude à vida, de satisfazer as nossas necessidades".
Da sua fragilidade apelam à esperança, reconhecem a sua pobreza, estão prontos a proclamar e a percorrer o caminho da profecia como Vida Religiosa encarnada no meio dos mais pobres, a "pronunciar palavras que devolvem aos mais fracos a sua parcela de esperança, de alegria e de dignidade".
No seu dia, a Vida Religiosa é grata pelo dom da vocação, e juntamente com ela "a fé que permanece, a resistência ousada, a esperança teimosa, a oferta fecunda daqueles que reconhecem que a sua vocação é estar no tecido eclesial: misticismo, missão e profecia".
A partir daí sentem-se chamados a procurar Deus; a permanecer amigos do seu povo; a saborear a presença d'Aquele que satisfaz os seus desejos; a insistir na comunidade, na sinodalidade, nas redes, no intercongregacional, na itinerância; a oferecer o seu serviço diário. Para tal, pedem a ajuda de Maria para que "ela nos dê a graça de viver a nossa vocação com sentido, alegria e radicalidade".
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No Dia da Vida Religiosa CLAR pede para "viver a nossa vocação com sentido, alegria e radicalidade" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU