02 Janeiro 2023
O cardeal disse à agência alemã DPA: “Chamar-me de conservador é um insulto. Não sou nem de direita nem de esquerda. Sou simplesmente católico. É uma questão que nasce no jornalismo alemão que divide tudo desta forma". Nos próximos meses, será publicado um seu livro em vários idiomas em que o cardeal Muller analisa o mundo e a Igreja em 360 graus com destaques agudos e polêmicos. Nomeado e proclamado Cardeal pelo Papa Francisco no consistório de 22 de fevereiro de 2014, da Diaconia de Sant'Agnese in Agone.
A reportagem é publicada por Il sismografo, 31-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Arcebispo-bispo emérito de Regensburg (Alemanha), nascido em 31 de dezembro de 1947 em Finthen, subúrbio de Mainz, filho de Martin, trabalhador do setor automotivo, e Lioba Straub, dona de casa. Frequentou o segundo grau em Willigis, depois estudou filosofia e teologia, primeiro em sua cidade natal, depois em Munique e em Freiburg em Breisgau, graduando-se em 1977 sob a orientação de Karl Lehmann [cardeal falecido em 2018] com uma tese intitulada "Kirche und Sakramente im religionslosen Christentum. Bonhoeffers Beitrag zu einer ökumenischen Sakramententheologie" (Igreja e sacramentos no cristianismo não religioso. A contribuição de Bonhoeffer para uma teologia ecumênica dos sacramentos, em tradução livre).
Em sua página, no site da Santa Sé, a página relata: Em 11 de fevereiro de 1978 foi ordenado sacerdote em Mainz pelo cardeal arcebispo Hermann Volk. Após a ordenação, ele prestou serviço em três paróquias e ensinou religião nas escolas secundárias de Büdingen e Nidda. Em 1985 obteve o cargo de professor em Freiburg im Breisgau. No ano seguinte, foi-lhe confiada a cátedra de dogmática católica na Universidade Ludwig-Maximilian de Munique.
Durante sua atividade docente (1986-2002) na capital bávara - também exercida como professor visitante em diversas universidades de diversas partes do mundo - trabalhou como coadjutor na paróquia da Paixão de Cristo. Desde 1990 é membro da comissão de fé da Conferência Episcopal Alemã e, de 1998 a 2002, membro da Comissão Teológica Internacional. Em 1999 foi consultor teológico da assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a Europa e, na mesma função, também participou da assembleia geral ordinária realizada em 2001 sobre o tema: “O bispo, servidor do Evangelho de Jesus Cristo para a esperança do mundo”. Nesse ano tornou-se membro honorário da Pontifícia Academia de São Tomás de Aquino e, em 2002, membro correspondente da seção de teologia da Real Academia de doctores de España.
Em 1º de outubro de 2002, João Paulo II o nomeou bispo de Regensburg. Recebeu a ordenação episcopal do cardeal Friedrich Wetter, arcebispo de Munique e Freising, no dia 24 de novembro seguinte na catedral da cidade. Esteve presente na cerimônia o cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Pregação, cultura, liturgia, ação caritativa da Igreja estão entre as prioridades de seu ministério episcopal. Promoveu numerosos programas humanitários em todo o mundo. Em novembro de 2003 instituiu uma fundação eclesial que assumiu a direção de algumas escolas religiosas. Entre 2004 e 2005 dedicou-se em particular a visitas pastorais nas oito regiões da diocese. Em 2005 reorganizou o apostolado leigo diocesano, remodelando as suas estruturas tornando-as mais eficientes e mais adequadas ao direito canônico. Também iniciou o projeto “Assistência Espiritual no centro da cidade” para garantir a pastoral de moradores e turistas. Acolhendo a sua solicitação, em 2008 e 2009 algumas paróquias da cidade organizaram uma Stadtmission (missão citadina), na qual participaram mais de mil voluntários, com o objetivo de envolver a população, estimular o debate e revitalizar o interesse das pessoas pela fé cristã.
Durante o período do seu episcopado em Regensburg, participou do Sínodo dos Bispos dedicado à Eucaristia de 2005 e acolheu Bento XVI durante sua viagem à Baviera em setembro de 2006.
Ocupou vários cargos na Conferência Episcopal Alemã: foi presidente da comissão para o ecumenismo, vice-presidente da comissão para a doutrina da fé, diretor da parte católica da comissão conjunta com as Igrejas ortodoxas. Ele também atuou na comissão para a Igreja mundial, na subcomissão de assistência aos países em desenvolvimento (que se concretiza em particular através da agência Misereor) e é o primeiro presidente da associação para a promoção do Instituto Regensburg para o Igrejas orientais.
Em 12 de junho de 2012, o Papa Ratzinger o incluiu entre os membros da Congregação para a Educação Católica e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Em 2 de julho de 2012, chamou-o para suceder ao cardeal William Joseph Levada nos cargos de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, elevando-o à dignidade de arcebispo. No dia 29 de setembro seguinte, ele também se tornou membro do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos.
Bento XVI pessoalmente lhe confiou a edição de suas Gesammelte Schriften, os escritos de caráter teológico, encarregando-o de supervisionar a publicação da obra completa na editora Herder de Freiburg. Em 2008, fundou o Instituto Papa Bento XVI em Regensburg para apoiar cientificamente esse projeto, articulado em 16 volumes, cuja principal tarefa é reunir e elaborar todo o material publicado e inédito de Joseph Ratzinger.
Ele tem mais de quinhentas publicações científicas em seu currículo. Entre as mais conhecidas, Katholische Dogmatik. Für Studium und Praxis der Theologie (Dogmática católica. Para o estudo e prática da teologia, em tradução livre), 900 páginas publicadas em 1995 pela Herder e reimpressas várias vezes e traduzidas para vários idiomas. Numerosos prêmios internacionais foram concedidos a ele: entre outros, os de duas universidades católicas polonesas e da Pontifícia Universidade de Lima, no Peru, por sua colaboração com o teólogo Gustavo Gutiérrez.
Em 23 de setembro de 2013, o Papa Francisco o confirmou como prefeito do dicastério.
De 2 de julho de 2012 a 1º de julho de 2017 foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica, da Comissão Teológica Internacional e da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei",
É membro do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.
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O cardeal alemão Gerhard Ludwig Müller, ex-prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, completa 75 anos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU