03 Setembro 2022
A guerra na Ucrânia, o diálogo eclesial e a resposta humanitária estiveram em foco no terceiro dia da 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas. Lideranças eclesiais da Ucrânia, junto com líderes de organizações ecumênicas, enfatizaram a necessidade de reconciliação, unidade e construção da paz.
A reportagem é publicada por Conselho Mundial de Igrejas, 02-09-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A plenária europeia realizada em 2 de setembro em Karlsruhe esteve enraizada na parábola bíblica do Bom Samaritano, em Lucas 10, refletindo sobre o contexto do amor compassivo de Cristo.
“Por mais de três séculos, o Império Russo e a União Soviética tentaram apagar a singularidade do povo ucraniano”, disse o arcebispo Yevstratiy de Chernihiv e Nizhyn, da Igreja Ortodoxa da Ucrânia. “Mas estamos lutando com sucesso pela nossa liberdade, pelo nosso futuro independente”.
Sua Eminência o Arcebispo Yevstratiy de Chernihiv e Nizhiyn (Ucrânia) fala durante uma plenária temática focada na Europa, na 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, realizada em Karlsruhe, Alemanha, de 31 de agosto a 8 de setembro, sob o tema “O amor de Cristo move o mundo à Reconciliação e à Unidade”
Foto: WCC
O arcebispo Yevstratiy elogiou as organizações ecumênicas por sua forte posição contra a agressão russa e por seus apelos ao patriarca russo Kirill. “Ninguém tem o direito de abençoar a agressão, ninguém tem o direito de justificar crimes de guerra e atos de genocídio”, disse ele.
O Prof. Sergii Bortnyk, da Igreja Ortodoxa Ucraniana, compartilhou o modo como sua Igreja está ajudando. “Muitos fiéis se tornaram voluntários. Nossa Igreja recebe e distribui diferentes tipos de ajuda humanitária, vindos especialmente dos países vizinhos e das nossas Igrejas irmãs”, disse ele.
O secretário-geral da Conferência das Igrejas Europeias, Dr. Jørgen Skov Sørensen, destacou que “a Ucrânia é uma preocupação não apenas para a Europa, mas para o mundo”.
“Devido ao nosso passado europeu recente, a guerra em solo europeu traz conotações que transcendem o seu tempo e lugar reais na história. Ela evoca memórias de longa data. E desafia uma forte confiança europeia de que esta parte do mundo se desenvolveu em um continente pós-guerra de paz duradoura”, disse ele.
Sørensen compartilhou que a Conferência das Igrejas Europeias organizou uma pré-assembleia europeia em fevereiro, após a invasão russa da Ucrânia, em que o programa foi definido da noite para o dia, para acolher os medos, as incertezas e os choques que engoliram a Europa na época. “Nós escutamos as pessoas. Nós analisamos. Nós rezamos juntos”, disse.
A Rev. Dr. Dagmar Pruin, presidente da Bread for the World and Diakonie Katastrophenhilfe, compartilhou que a guerra na Ucrânia trouxe um sofrimento imensurável ao povo. “Destruição, deslocamento, tortura e mortes violentas são a realidade para milhões”, disse ela.
Pruin falou sobre os significativos desafios enfrentados pelas agências da Igreja no fornecimento de ajudas às vítimas da guerra, especialmente quando há uma grande necessidade decorrente de outras catástrofes, incluindo as mudanças climáticas. Ela enfatizou que o trabalho humanitário das Igrejas está e deve continuar enraizado na visão da diaconia.
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Igrejas enfatizam necessidade de reconciliação, unidade e construção da paz na Ucrânia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU