Alemanha. Arquidiocese de Friburgo autoriza homem trans a dar aulas de ensino religioso

Theo Schenkel (Foto: Reprodução YouTube)

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04 Julho 2022

 

Um professor na Alemanha recentemente se revelou transgênero, e agora recebeu permissão para continuar dando aulas de ensino religioso.

 

A reportagem é de Angela Howard McParland, publicada por New Ways Ministry, 04-07-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

Theo Schenkel recebeu “uma autorização de docência sem prazo de validade” pela Arquidiocese de Friburgo e continuará dando aulas de ensino religioso e de língua francesa em uma escola, como noticiou o portal Archywordlys.

 

Schenkel participou da campanha #OutInChurch no início deste ano com outros 125 empregados da Igreja Católica que se revelaram queer e pediram por reformas nas leis trabalhistas que discriminavam funcionários LGBTQIA+. O homem de 27 anos também é parte de um documentário, “How God Created Us” (“Como Deus nos criou”, em tradução livre), que foi ao ar na televisão alemã como parte da campanha.

 

“Para mim, a religião significa verdade e força”, disse Schenkel ao jornal local Die Oberbadische, explicando sua decisão de estudar teologia. “A Igreja é certamente extensão do lar para mim. Muito da minha vida aconteceu aqui.”

 

Um porta-voz da arquidiocese reiterou a confiança nas habilidades e fé de Schenkel:

 

“Apesar ou precisamente por que desta situação pessoal, Schenkel demonstrou uma profunda identificação com a Igreja Católica e uma aproximação pessoal com a fé. A Arquidiocese de Friburgo está convencida que Schenkel é pessoalmente convincente, um autêntico professor de religião.”

 

A arquidiocese, no entanto, não se comprometeu a reformar as políticas discriminatórias contra empregados LGBTQIA+ da Igreja. Neste ponto, decisões continuam sendo feitas baseadas em cada caso, mesmo que a Conferência Episcopal da Alemanha apoie as reformas pró-LGBTQIA+, como tornar pecado a discriminação, reforma das leis trabalhistas para funcionários da Igreja, e bênção para casais homossexuais.

 

Para Schenkel, a participação no #OutInChurch e sua recente aprovação da arquidiocese trouxe um alívio e uma motivação. Schenkel é grato pela solidariedade com outros empregados queer da Igreja e com a autorização para que continuem lecionando:

 

“Antes, eu sempre tive cuidado e pensava sobre o que eu iria dizer e para quem. Eu admiro os outros participantes, alguns que tiveram que administrar como fazer isso durante toda sua vida profissional. Antes isso era um fardo que me colocava para baixo.”

 

O feedback do documentário televisivo inspirou ele e sua noiva Daniela Güntert a lançarem um podcast sobre suas jornadas compartilhadas. Eles também querem continuar trabalham por reformas em questões LGBTQIA+ na Igreja. Esses são sinais positivos, ele concordou, “mas o objetivo de reduzir a discriminação contra a população queer na Igreja Católica e em particular nas leis trabalhistas ainda não foi alcançado”.

 

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