Escuta, clareza e avançar sem medo de errar, chamados aos bispos na Visita ad limina

Bispos dos Regionais Norte1 e Noroeste na visita ad limina. (Foto: Luis Miguel Modino)

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22 Junho 2022

 

Uma agenda carregada, mas cheia de momentos marcantes, que ajudam a viver a catolicidade e a comunhão, a encontrar caminhos comuns entre o Papa, a Cúria Vaticana e as Igrejas locais, a tecer o caminho da sinodalidade. No segundo dia da visita ad limina dos bispos dos Regionais Norte1 e Noroeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a jornada começou com a celebração da Eucaristia na Basílica de São João de Latrão, “a catedral do Bispo de Roma”.

 

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

 

Presidida por Dom Adolfo Zon, no dia em que completou 36 anos de ordenação presbiteral, o Bispo da Diocese do Alto Solimões convidou seus irmãos a rezar pelas suas igrejas locais, a viver e caminhar em uma Igreja Santa, Católica e Apostólica. Segundo o bispo, “uma Igreja que está fundamentada nessa pedra fundamental que é Cristo, ela deve transformar toda a humanidade no templo de Deus, onde Deus se faz presente, onde Deus se manifesta como o Deus conosco”.

Dom Adolfo Zon. (Foto: Luis Miguel Modino)

Uma Igreja que “se faz presente para resgatar a dignidade dos filhos e filhas de Deus e assim transformar nossa humanidade em uma autêntica presença de Deus nas nossas vidas e nas nossas igrejas locais”, segundo Dom Adolfo Zon. Ele afirmou que “somos privilegiados por poder vivenciar no dia a dia essa construção dessa Igreja”, chamando a sair fortalecidos para espalhar a graça de Deus pelos territórios a eles confiados.

Celebração da Eucaristia na Basílica de São João de Latrão. (Foto: Luis Miguel Modino)

Bispos, Doutrina da Fé, Leigos, Família e Vida, e a Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica foram os 4 dicastérios visitados pelos bispos na terça-feira. Encontros marcados por uma agenda que nem sempre dá para aprofundar em todas as questões, mas que ajudam a ter uma visão geral dos diferentes dicastérios e partilhar situações presentes nas diferentes igrejas particulares, neste caso da Amazônia brasileira, segundo relatam os bispos.

 

Presididos pelo cardeal Marc Oullet, o Cardeal Luis Ladária, o Padre Alexandre Awi Mello e o Cardeal Braz de Aviz, alguns bispos destacam a presença de mulheres nas equipes que fazem parte dos dicastérios, algo valorizado positivamente. Os bispos enfatizam o espírito dos encontros, que definem como momentos de conversa, de escuta, não de discurso, algo que já se fez presente no encontro com o Papa Francisco, acontecido na segunda-feira, dia em que começou a visita ad limina, que será encerrada na sexta-feira, 24 de junho.

(Foto: Luis Miguel Modino)

 

(Foto: Luis Miguel Modino)

O diálogo e a escuta estão se concretizando como atitudes fundamentais na atual Cúria Vaticana, que sabe reconhecer que nem tudo é conhecido nos dicastérios, algo valorizado pelos bispos. Eles também destacam a clareza diante dos questionamentos e dúvidas, buscando respostas marcados por um sentido muito pastoral.

 

Tanto o Papa como desde os dicastérios existe na opinião dos bispos uma grande apertura e um grande impulso para que avancem, sem medo, mesmo com a possibilidade de errar. Quando o erro acontece, não por má vontade, mas pelos erros que fazem parte do caminho, o chamado é para voltar atrás e recomeçar. Nesse sentido, o Direito Canónico não pode ser visto como algo que leve a ter medo de errar, segundo os bispos. O importante é caminhar, e o erro nem sempre pode ser visto como irresponsabilidade, pois o caminho se faz caminhando.

 

Escuta, clareza, com pontos já definidos a partir de outras experiências, e caminhar, mesmo com o risco de errar, sabendo que sempre pode pedir desculpas, voltar e continuar caminhando para frente.

 

Aqueles bispos que já participaram de outras visitas ad limina afirmam que aquelas eram marcadas pelas falas da Cúria, respondendo a perguntas que eram previamente enviadas pelos bispos. Um estilo que não era dialogal, mais marcado por relatórios e respostas a partir de documentos, que em alguns momentos provocou situações de tensão. Agora, insistem os bispos, a partir da realidade se busca como caminhar e avançar, um outro estilo bem, bem diferente, onde os bispos dizem se sentir à vontade, pudendo conversar em um clima de serenidade, sem medo ao que possa acontecer diante das falas dos bispos.

 

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