• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

O fascismo na nossa cara

Mais Lidos

  • A herança crioula do Papa Leão XIV destaca a complexa história do racismo e da Igreja nos Estados Unidos

    LER MAIS
  • Guerrilheiro, refém, presidente, filósofo: a imensa vida de Pepe Mujica

    LER MAIS
  • O fascismo do fim dos tempos – e o refúgio dos bilionários. Artigo de Naomi Klein e Astra Taylor

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    5º domingo de páscoa – Ano C – A comunidade do ressuscitado

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

17 Mai 2022

 

“O caminho é desmascarar e superar os obstáculos alimentados pelo fascismo e pelo nazismo aqui instalados. O alerta deve ser exposto em todos os campos. Não podemos cair novamente na carência de respostas. É fundamental recuperar o valor da ciência, do saber crítico, da democracia”, escreve Eva Blay, professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – USP, em artigo publicado por Jornal da USP, 09-05-2022.

 

Eis o artigo.

 

Nos últimos quatro anos tornou-se ostensivo o desmonte da democracia no Brasil. Como um martelo que quebra estruturas aparentemente sólidas, instalou-se um processo tipicamente fascista. Através das palavras estão sendo inculcadas mentiras nos espíritos, falseiam-se valores, desvirtuam-se comportamentos. Victor Klemperer já mostrara em A Linguagem do Terceiro Reich como, através das palavras, se incutiram racismo, preconceitos, como se destruíra a história factual substituindo-a por uma “nova verdade”.

 

Ao mudar o sentido das palavras e repetindo-as inúmeras vezes, se inculcam deliberadamente novos sentidos. A repetição mecânica, milhares de vezes, acaba instalando um novo significado. O que se passou no fascismo e no nazismo estamos vendo acontecer diante de nossos olhos. Tomemos o caso do “kit gay”. Observem que nem precisamos explicar do que se trata, pois já ficou em nosso imaginário um apócrifo livro que o candidato que se elegeu presidente da República repetidamente apresentava e distorcia na televisão como sendo um método que pretendia “destruir a moral das crianças tornando-as homossexuais”.

 

Ora, na verdade, falsificava excelente livro de orientação sexual preparado pelo Ministério da Educação para jovens estudantes. Trabalho importante, cientificamente construído, didático, que tinha como objetivo orientar jovens à entrada na vida sexual cuidando para que não ficassem sujeitos a doenças sexualmente transmissíveis ou a gravidezes precoces. Uma falsa capa desse suposto livro passou a ser apresentada pelo então candidato à presidência da República como o “estimulante à sexualização e à homossexualidade das crianças”! A mentira repetidamente apresentada de forma escandalosa e descarada não encontrou uma resposta contundente e assim prevaleceu a versão falsificada.

 

Em uma sociedade conservadora, desprovida de informação, a falsificação proliferou e se mantém até hoje! Os resultados foram desastrosos: a educação sexual foi eliminada das escolas (sobretudo das públicas), cresceu a gravidez na adolescência, aumentaram as mortes de meninas que completamente sem orientação tentaram interromper a gravidez, cresceram exponencialmente os estupros e a violência contra aquelas crianças cuja sexualidade ainda despontava.

 

O caso citado não é aleatório, simboliza a destruição do trabalho científico. Ele revela a intenção de demolir um dos pilares da democracia, o sistema educacional público. Educação é saber, é ciência, é conhecimento crítico. Em seu lugar se propõe uma escola “sem ideologia”, em nome de “proteger” alunos e alunas; na verdade se deseja formatar jovens num modelo autoritário, obediente, usando como instrumento uma educação concorde com a família tradicional e conservadora subordinada a estritos preceitos religiosos. Coerentemente se instalou no Ministério da Educação presbíteros e não professores implantando nele uma orientação estritamente religiosa, mas atenção: não pluralista, uma vertente religiosa única e dogmática. Em lugar de uma escola pública para todos, propõe-se a educação domiciliar, controlada pela família, ou a educação militar, somada à difusão da propriedade privada de armas.

 

Cortam-se os cursos das ciências humanas, o pensamento crítico, e se difunde a proposta de um saber mecanicista perfeitamente de acordo com a paradoxalmente versão colonial da economia baseada no agronegócio exportador. O processo aqui analisado é persistente, se reescreve o passado. Assim o Ministério da Justiça reclassifica antigos filmes repentinamente considerados pedófilos; o governo não está preocupado com a pedofilia, mas procura desqualificar atores famosos politicamente oponentes. O esquema, como se vê, é o mesmo: distorce-se o conteúdo para criar uma versão midiática.

 

Criam-se inimigos seja o comunismo ou a “ideologia de gênero”. Em nome do controle do corpo, especialmente do corpo das mulheres, desqualificam-se todas as pesquisas, das mais variadas ciências. Excluir a condição de gênero não vai invalidar a composição genérica de nossas células, mas certamente vai atrasar as descobertas de medicamentos específicos para homens, mulheres, pessoas trans, entre outros.

 

Ao ignorar as relações sociais de gênero se ocultam as relações patriarcais, a discriminação sexual, racial e as raízes da violência. Assim, ao invés de analisar o crescimento dos homicídios de mulheres, sobretudo de mulheres negras (esses aumentaram 22% com relação às brancas – 2005 /2017, como mostra o Atlas da Violência de 2017), destrói-se a excelente Secretaria das Mulheres substituindo-a por um Ministério da Mulher voltado para perseguir aqueles profissionais que cumpriam a lei em casos de aborto com meninas estupradas.

 

Paradoxalmente se garante a versão colonial da economia, baseando-a no agronegócio exportador de produtos primários ao lado de uma população sem trabalho e totalmente concentrada em centros urbanos. Cresce o papel do Estado que financia o capital do agronegócio provocando uma profunda contradição entre os segmentos exportadores e o resto da população desprovida de qualificação e emprego, que só consegue sobreviver via comercialização de bens que entram ilegalmente no País ou, por outro lado, se autoempresariando (30,5% dos jovens de 15 a 24 anos estão desempregados; na população em geral, o índice de desemprego é de 12,9%).

 

Não é preciso repetir a extraordinária concentração da renda e a pobreza da população. Sair do impasse só será possível se mudarmos essa estrutura e garantirmos a igualdade de oportunidades para todos e todas na educação, no trabalho, nos direitos reprodutivos. O caminho é desmascarar e superar os obstáculos alimentados pelo fascismo e pelo nazismo aqui instalados. O alerta deve ser exposto em todos os campos. Não podemos cair novamente na carência de respostas. É fundamental recuperar o valor da ciência, do saber crítico, da democracia.

 

Leia mais

 

  • Fascismo brasileiro: como geramos este inferno
  • Impulso feminino no neofascismo cristão de Bolsonaro: quatro cenas recentes de início do ano eleitoral. Artigo de Fábio Py
  • Fascismo: ontem e hoje?
  • IHU Cast - A psicologia das massas do nazi-fascismo e a realidade atual da ultra-direita
  • A psicologia das massas do nazi-fascismo e a ‘nebulosa do ideário bolsonarista’. Entrevista especial com Luís Carlos Petry
  • Bolsonaro e o cristofascismo brasileiro: relação cristianismo e política. Entrevista com Fábio Py
  • O novo rosto do fascismo. Artigo de Franco ‘Bifo’ Berardi
  • Lendo e interpretando os sinais. Artigo de Luiz Werneck Vianna
  • "Bolsonaro é o fanatismo religioso como projeto de poder". Entrevista com Pastor Henrique Vieira
  • O golpe começou. Artigo de Vladimir Safatle
  • Ameaças constantes de golpe são busca de salvo-conduto para escapar de prisão, afirma o historiador Christian Lynch
  • “Militares querem o aparelhamento do Estado”. Entrevista com Piero Leirner
  • Democracia, Autoritarismo e Resistência: América Latina e Caribe. Artigo de José Geraldo de Sousa Junior
  • A via “personalista” para se opor aos regimes autoritários e refundar a democracia

Notícias relacionadas

  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • "A democracia brasileira é chata. Não entusiasma ninguém". Entrevista especial com Francisco de Oliveira

    LER MAIS
  • João Goulart e um projeto de nação interrompido. Entrevista especial com Oswaldo Munteal

    LER MAIS
  • Novos ataques do Anonymous no Rio marcam início dos jogos digitais

    “Olá, Rio de Janeiro.” Assim começava a publicação no Facebook do Anonymous Brasil, do dia 5 de agosto, horas antes da cer[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados