15 Abril 2022
Ninguém deveria chegar a pensar que é inoportuno que os cristãos se prostrem juntos diante do Filho crucificado e peçam a Ele a paz que nós aqui embaixo não sabemos fazer.
O comentário é de Marco Tarquinio, diretor do jornal Avvenire, 13-04-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Se nem mesmo diante da cruz de Cristo, na Sexta-Feira Santa, então onde? Onde os russos e os ucranianos – irmãos por história e fé, e agora em feroz guerra porque o irmão agrediu o irmão – podem pedir a Deus a uma só voz: “Livrai-nos do mal”?
Mas os homens da diplomacia e até os homens da Igreja pensam sobre a inoportunidade que em Roma – seguindo Jesus na subida ao Calvário e ao lado do papa, que continua pedindo a todos e para todos trégua e paz – se entrelacem as vozes de uma família ucraniana e uma russa que fazem parte do grupo ao qual Francisco confiou os textos da Via Sacra no Coliseu.
Pressiona-se para que essas famílias, amigas e feridas pela guerra e pelo ódio que a guerra sempre gera e alimenta, mas não presas do ódio, não meditem nem rezem juntas diante dos olhos do mundo.
É preciso se prostrar perante toda dor e toda dúvida desencadeadas pelo massacre da humanidade que a guerra, desta vez esta guerra “abominável” deflagrada por Vladimir Putin, sempre recomeça.
Mas ninguém deveria chegar a pensar que é inoportuno que os cristãos se prostrem juntos diante do Filho crucificado e peçam a Ele a paz que nós aqui embaixo não sabemos fazer.
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Ucranianos, russos e a Via Sacra: sim, junto com o Filho crucificado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU