Sobre o mito da vocação ao ministério ordenado

Foto: Reprodução | Comunidade Católica Shalom

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07 Janeiro 2022

 

"O ministério é um chamado da Igreja e não de Jesus Cristo", escreve o Paolo Gamberini, jesuíta italiano, capelão da Universidade La Sapienza, Roma, em post publicado em sua página pessoal do Facebook, 06-01-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o comentário. 

 

É um mito que subestima a graça batismal assim como o fez uma espiritualidade do presbítero inspirada pelo Cura d'Ars que dizia: “Deixe uma paróquia sem sacerdote durante 20 anos e o que eles adorarão ali? Os animais". A graça do batismo é desvalorizada pelos padres e formadores que ainda são influenciados por essa pseudoespiritualidade sacerdotal, porque o batismo é o único fundamento da sua santidade. O "chamado ao ministério ordenado" vem da comunidade eclesial e não de Deus. A vocação não consiste de forma alguma em um convite do Espírito Santo para abraçar o ministério, mas no apelo que a Igreja dirige ao cristão/a sobre quem fez discernimento de suas aptidões.

 

De Deus (causa primeira) vem o desejo de dar a vida e de amar. Esse chamado ao amor e à entrega da vida pode "realizar-se" em múltiplos contextos e comunidades: sociedade, paróquia, nação e mundo, estados de vida (matrimônio, monástico, solteiro, em uma relação). Essas mediações são as causas secundárias do chamado para dar a vida.

 

O ministério é um chamado da Igreja e não de Jesus Cristo.

 

O que salva (!) é dar a vida em contextos concretos de vida ao serviço de outros.

 

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