02 Setembro 2021
Não é nenhum mistério que Angela Merkel e o Papa Francisco se adoram. A primeira vez que a Chanceler visitou o Vaticano, concluiu o encontro com um nada ritual e caloroso "da próxima vez vamos comer uma pizza". Ambos se preocupam com a luta contra as mudanças climáticas e se Bergoglio escolheu fazer a primeira viagem de seu pontificado a Lampedusa para mostrar sua proximidade com os migrantes, Merkel mostrou no verão de 2015 o quão profunda é sua solidariedade para com os refugiados.
O comentário é de Tonia Mastrobuoni, publicado por La Repubblica, 01-09-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Também nestes últimos dias, Francisco expressou preocupação pela trágica situação no Afeganistão e pelo destino dos refugiados. Mas em entrevista a uma rádio espanhola, querendo citar a chanceler, elogiando sua "sabedoria", Bergoglio atribuiu-lhe uma frase errada. Um comentário que, na realidade, era de Vladimir Putin.
“É indispensável que acabe a política irresponsável da ingerência de fora e da construção da democracia em outros países, ignorando as tradições dos povos”. Embora a chanceler nunca tenha poupado nenhuma crítica explícita aos EUA nesta fase, é uma declaração um tanto brutal até mesmo para ela. Enquanto é bem típica de Putin.
Mas dada a simpatia que une a chanceler ao pontífice, vista a indignação de todo o Ocidente pela decisão desconsiderada de Joe Biden, quem sabe se os dois não esboçaram um sorriso por esta involuntária e inocente "fake news".
A íntegra da entrevista do Papa Francisco pode ser ouvida, em espanhol, aqui.
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Afeganistão, gafe de Bergoglio: atribui a Merkel uma frase de Putin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU