12 Julho 2021
“A Nação não suporta mais chantagem. Basta de ameaças às instituições da República e ao regime democrático que os brasileiros reconquistaram não sem grande sacrifício. É hora de coragem e firmeza na defesa da liberdade. O presidente Jair Bolsonaro não reúne mais as condições para permanecer no cargo” – editorial “Chega de chantagem” – O Estado de S. Paulo, 11-07-2021.
“Cabe agora ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mostrar ao País que tem brio e espírito republicano. Lira deve dar seguimento a 1 dos 123 pedidos de impeachment contra Bolsonaro que pairam sobre sua mesa. Tibieza não assegura lugar de honra na História” – editorial “Chega de chantagem” – O Estado de S. Paulo, 11-07-2021.
“À Nação é devida a responsabilização de todos os que transformaram o que seria uma grave crise sanitária no maior morticínio já visto por muitas gerações. O trabalho da CPI é apenas uma etapa neste processo, a investigação. Mas fundamentais também são os papéis do Ministério Público e do Poder Judiciário para denunciar, processar e julgar quem quer que tenha agido contra a saúde e a vida dos brasileiros. Não há lugar para omissões” – editorial “Muito mais do que apenas governo” – O Estado de S. Paulo, 12-07-2021.
“A pandemia complicou ainda mais a inércia de quem (como Bolsonaro) mostra-se um debochado, sem prestar maior atenção aos problemas concretos. Temos 14 milhões de desempregados (mais de três vezes a população do Uruguai), sobrevivendo de migalhas, enquanto os bens vitais encarecem, mas o presidente da República se preocupa, quase só, em exibir-se de motocicleta, como se fosse eficiente entregador de pizza a domicílio. A propina de um dólar por dose, num total de US$ 400 milhões, será inocente? Ou tapam o horror como o nevoeiro tapa a visão e fecha aeroportos?” – Flávio Tavares, jornalista e escritor – Zero Hora, 10-06-2021.
“Um espirro em público nos dias atuais é mais conspícuo do que um pum na igreja e, conforme o caso, muito mais grave. Sabe-se lá se, apesar da proteção da máscara, uma falange de vírus infantis ou nanicos não escapou pela trama e povoou o ambiente? Vexadíssimo, sentindo-me uma ameaça sanitária, paguei rapidamente a compra e tentei sair de fininho, esperando que a máscara me garantisse o anonimato. Mas que nada. Um amigo, lá no fim da fila, quase perto da porta, gritou solidário: 'Saúde, Ruy!'" - Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 12-07-2021
“Questionar em 2021 se um político eleito e provável presidenciável tem pretensões políticas ao se assumir gay em um programa de televisão assistido por milhões de brasileiros é como questionar se Bolsonaro lucra politicamente ao ser homofóbico. A resposta às duas perguntas é sim” - Lucas Bulgarelli, doutorando em antropologia social na USP e diretor do Instituto Matizes – Folha de S. Paulo, 11-07-2021.
“A polêmica em torno da saída do armário anunciada por políticos distantes ou até contrários à defesa dos direitos da população LGBTQIA+ não é nova. O episódio, na verdade, compõe o último capítulo de um debate cada vez mais incontornável: o que acontece quando políticos invocam sua orientação sexual ou identidade de gênero sem necessariamente defender os direitos LGBTQIA+? E quando expressões, argumentos e ideias forjadas por movimentos sociais progressistas e de esquerda passam a navegar pelo vocabulário de políticos de direita? Um dos capítulos anteriores foi divulgado por esta Folha ainda em 2018, quando soubemos por meio de pesquisa Datafolha que 29% das pessoas LGBTQIA+ pretendiam votar em Bolsonaro. De saída, o número revelava aquilo que já sabíamos: em uma democracia, a orientação sexual e a identidade de gênero não estão atreladas a uma orientação ideológica” - Lucas Bulgarelli, doutorando em antropologia social na USP e diretor do Instituto Matizes – Folha de S. Paulo, 11-07-2021.
“Porém, o dado também gerou dúvidas. Afinal, por que pessoas LGBTQIA+ decidiram votar em um candidato homofóbico? Embora a pergunta admitisse mais de uma resposta, com ela soubemos que o voto não se definia apenas em razão da identidade sexual e de gênero dos eleitores. A aposta na lógica da representatividade política LGBTQIA+ tem servido atualmente a políticos conservadores, grupos religiosos e partidos de direita para a implementação de uma agenda política que ignora ou até mesmo antagoniza com as lutas e os direitos LGBTQIA+ O que é novo não é o fato de existirem pessoas LGBTQIA+ de direita, já que elas sempre existiram. A novidade desse fenômeno consiste em como pessoas LGBTQIA+ de direita têm se reconhecido como tal sem as mesmas reservas que poderiam ter no passado” - Lucas Bulgarelli, doutorando em antropologia social na USP e diretor do Instituto Matizes – Folha de S. Paulo, 11-07-2021.
“Para entender o significado do anúncio de Eduardo Leite, portanto, não basta apenas retornar às origens da produção política da homossexualidade. É também necessário encarar o modo como a elaboração de identidades políticas LGBTQIA+ de direita têm ocorrido recentemente. Ao se afastar de Bolsonaro, Leite também move outras peças de um jogo que tem sido jogado tanto por políticos LGBTQIA+ de direita que se mantêm fieis ao bolsonarismo como por aqueles que já abandonaram o capitão e pularam para fora do barco. No país em que o presidente classifica como “maricas” os governadores que aderiram, em seus estados, a medidas sanitárias de combate à Covid-19, a declaração de Leite não deve ser menosprezada. Ao afirmar que gostaria de ser reconhecido como um governador gay, porém, o pedido de Leite oculta um dilema. Reconhecê-lo como tal significa esperar dele comprometimento com os direitos e as lutas de sua comunidade ou o completo oposto?” - Lucas Bulgarelli, doutorando em antropologia social na USP e diretor do Instituto Matizes – Folha de S. Paulo, 11-07-2021.
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Chega de chantagem. Bolsonaro sem condições para permanecer no cargo - Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU