05 Julho 2021
“A vacina com pixuleco de US$ 1 humilha um país onde já morreram mais de 500 mil pessoas e, entre os vivos, há 14,8 milhões de desempregados” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 04-07-2021.
“Num governo normal, o cabo Dominguetti seria desqualificado como um simples Napoleão de hospício, mas o de Bolsonaro não é um governo normal. Nele, os Napoleões internam o diretor do manicômio”– Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 04-07-2021.
“Se se provar que Jair Bolsonaro, por omissão ou cálculo, foi responsável por cerca de 400 mil das quase 530 mil mortes até agora pela Covid no Brasil, ele entrará para um rol de que talvez se orgulhe: o dos genocidas oficialmente reconhecidos pelos tribunais internacionais. Fará companhia nos livros de história a, entre outros, o ugandense Idi Amin Dada, o iraquiano Saddam Hussein e o sudanês Omar al-Bashir. Já é possível, aliás, que estes, somados, tenham matado menos que Bolsonaro” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“Bolsonaro pode não estar em pessoa por trás do drama ou tragédia de cada brasileiro. Mas, de fato, está. Sua maldição paira sobre tudo isso —e sobre nós” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“A erosão da popularidade presidencial e chances reais de derrota para Bolsonaro no pleito de 2022, abrindo-se a possibilidade de uma crise institucional de grandes proporções. De estratégia meramente retórica, a contestação se torna uma ameaça” - Marcus André Melo, Professor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-professor visitante do MIT e da Universidade Yale (EUA) – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“Há algo que talvez ainda não tenha sido percebido por todos os militantes da esquerda brasileira. Em 2021, nós não somos o minúsculo PT de 1980, fazendo barulho enquanto o MDB conduz a transição. Se Lula suceder o desastre de Bolsonaro, terá que assumir papel parecido ao do PMDB nos anos 1980, Deus queira que com políticas econômicas melhores, mas com a mesma disposição de atrair aliados. Pode não ser o que a esquerda gostaria de fazer agora, mas ninguém escolhe sua tarefa histórica” – Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“Num ensaio sobre a 'Ilíada', Simone Weil dá pistas para uma resposta. A escritora francesa diz que o verdadeiro tema do poema de Homero é a força. Escreve: 'Quando se exerce a força até o fim, ela faz do homem uma coisa no sentido mais literal, pois o transforma num cadáver'. Bostonaro visa exatamente isso. Ele não quer o bem-estar nem suavizar o convívio social. Quer paralisar as pessoas por meio do medo. Quer que se ajoelhem e peçam clemência. Quer aniquilar os inimigos e subjugar os fracos. Quer que a gente perca a vontade, sejamos coisas. Assim, a Bolsonaríada resultou em mais de meio milhão de cadáveres. Ele inoculou o vírus da peste no pulmão das pessoas 'com a naturalidade com que se cortam flores para um túmulo', conforme diz Simone Weil. Tudo para que ele, o fortão, refocile na força” – Mario Sergio Conti, jornalista – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“Estão aí também os papalvos que, faça chuva ou faça sol, puxam palmas para a força. Não são só o véio da Havan, o véio Silvio Santos, o véio Wizard, o véio Madero ou os véios na fase anal, moto-pervertidos de escapamento aberto. Estão aí, ainda, alinhados com a bostoforça, o véio Abílio Diniz do Carrefour, o véio cervejeiro Jorge Paulo Lemann, o véio André Esteves do BTG, os véios carniceiros da JBS. A força torpe está entranhada na alma do presidente. Com ele, é tudo na base da cavalice, dos impropérios e da grossura. Ele não fala, relincha. Acuado, escoiceia. Não deixará o poder de fininho”– Mario Sergio Conti, jornalista – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“Contra a força, Simone Weil opõe outros valores da antiguidade grega —o senso de justiça, a temperança, a firmeza e o amor ao próximo, que estreita os laços sociais. Condensa tudo isso num termo: a graça”– Mario Sergio Conti, jornalista – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“No Brasil de hoje, essa graça implica atenuar o individualismo. Implica, a partir de uma tomada de consciência tanto moral quanto política, criar uma força coletiva irresistível. Uma força formada por sujeitos autônomos que, ao abandonarem suas bolhas, se engajem na derrubada daquele que nos transforma em coisas, que enterra nossos cadáveres em covas rasas. Utopia? Talvez. Mas toda nação livre nasceu assim, na luta”– Mario Sergio Conti, jornalista – Folha de S. Paulo, 05-07-2021.
“A educação tinha, e tem, que passar por uma transformação enorme. A pandemia não transformou nada, o que ela está fazendo é antecipar o que já precisaria ser mudado. Quem sabe essa mudança será estrutural. Por exemplo, o ensino a distância vai deixar de existir, vai ser o ensino permeável, fluido, integrado, indissociável. Sem esse negócio de ensino a distância e/ou presencial” - Daniel Castanho, empresário, grupo Ânima Educação – O Estado de S. Paulo, 05-07-2021.
“Hoje, ou você trabalha com confiança, autonomia e accountability ou você morreu. Não cabe mais no mundo uma estrutura comando-controle. A escola do modo como está estruturada morreu, professor que quer controlar o aluno, acabou. As empresas que atuam assim serão extintas, assim como os dinossauros" - Daniel Castanho, empresário, grupo Ânima Educação – O Estado de S. Paulo, 05-07-2021.
“Como eu lhe disse, o futuro da escola, da universidade, está baseado no coding. É o uso da tecnologia. Mas não é melhorando um processo obsoleto. Você tem de pensar o futuro vindo do futuro. Repensar a escola quebrando toda essa estrutura dogmática que existe hoje. Por isso tem também o decoding, essa relação com a natureza, com outros seres humanos. E no final a gente não é o que a gente junta, é o que a gente espalha. A vida tem de ser pautada pela curiosidade, pela capacidade de sonhar. Quem não sonha já morreu" - Daniel Castanho, empresário, grupo Ânima Educação – O Estado de S. Paulo, 05-07-2021.
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Bolsonaríada inoculou o vírus da peste no pulmão das pessoas - Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU