Papa Francisco aos empresários argentinos: “Saber investir é criativo. Não esconder. Sejam audazes”.

Foto: Marko Vombergar | Aleteia Image Department | Wikimedia Commons

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

01 Julho 2021

 

O Papa Francisco exortou aos empresários argentinos para “investirem no bem comum e não esconder o dinheiro em paraísos fiscais” porque “o investimento é dar vida e quem o esconde não tem a consciência limpa ou está raivoso”. Ao mesmo tempo que advertiu sobre o risco que as finanças fazem “perder o concreto que é a produção e o trabalho de todos”.

A reportagem é de Sergio Rubín, publicada por Religión Digital, 30-06-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

A exortação papal foi feita através de uma videomensagem que enviou à Associação Cristã de Dirigentes de Empresa (ACDE) em razão de seu encontro anual que ocorre entre hoje e amanhã sobre a temática “Rumo a um capitalismo mais humano: gerando um círculo virtuoso para promover o bem comum e construir confiança social”.

“Em uma sociedade onde há uma margem de pobreza muito grande, alguém deve se perguntar como vai a economia. Se é justa, se é social. Ou simplesmente busca interesses pessoais”, disse Francisco, que destacou a necessidade de “clareza, transparência, investimento e produção” ante o “desafio de criar emprego”.

Nesse sentido, considerou que “o poder das pequenas e médias empresas para gerar empregos é importante, porque a criatividade sempre vem de baixo”. Ao mesmo tempo, sublinhou que “o desafio de caminhar para o bem comum com o gesto de criar empregos” torna-se ainda mais imperativo “no meio de uma pandemia que o levou à falta”.

Francisco começou dizendo que “a visão cristã de economia e de sociedade é diferente da visão pagã ou ideológica. Nasce das bem-aventuranças e de Mateus 25. E a construção de uma comunidade econômica e socialmente justa deve ser feita por todos: sindicalistas, empresários, trabalhadores e dirigentes”.

Observando que os cristãos “querem seguir o caminho da economia social”, ele recomendou que “sejamos realistas: a economia nas últimas décadas gerou as finanças e as finanças correm o risco de acabar como a corrente de Santo Antônio, que acreditamos que existe muito e no final não tem nada”.

Embora tenha dito que estava “simplificando muito porque as coisas são muito mais complexas”, alertou que as finanças podem ser reduzidas a “uma inflação dos negócios da mídia” e pediu “que volte à economia do concreto, que é a produção, a trabalho de todos, que não falte trabalho, família, pátria, sociedade”.

Quanto a “esconder o dinheiro em paraísos fiscais” porque “não tem a consciência tranquila ou está zangado”, ele traçou um gráfico com “o que sabemos que se diz no campo quando a vaca não dá leite: o que aconteceu com a vaca que fica braba e esconde o leite?”.

“Quando nos escondemos é porque algo está funcionando errado”, disse ele enquanto – alinhado ao tema do encontro – enfatizava a importância de “criar confiança social porque é muito difícil construir sem confiança social e (não devemos) nunca traí-la”.

Mas disse que “às vezes tem aqueles grandes acordos de empresas, ou de grandes investidores, ou e grandes grupos, que estão em volta de uma mesa, e depois do expediente fazem um acordo, assinam, mas no momento estavam oferecendo outro a um que está deste lado com aquele que está do outro lado, por baixo da mesa”.

Francisco havia começado sua mensagem destacando a alegria de ter assinado, semanas atrás, o decreto que declara venerável o argentino Enrique Shaw, falecido em 1962, a um passo de ser declarado o primeiro empresário beato do mundo.

 

 

 

Leia mais