07 Junho 2021
Por ocasião da publicação do seu livro “Pazienza, misericordia e solidarietà” [Paciência, misericórdia e solidariedade], pela editora Queriniana, o Prof. Jürgen Moltmann – que, no mês passado, visitou a Veneza, onde também foi convidado do patriarca, Francesco Moraglia (foto abaixo) – gentilmente se ofereceu para responder a uma breve entrevista, editada pela nossa redação.
Jürgen Moltmann em visita ao patriarca de Veneza, Dom Francesco Moraglia (Foto: Queriniana)
A entrevista foi publicada no blog da Editora Queriniana, 04-06-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Há livros de que o mundo não precisava. Por que essa frase não se aplica ao seu livro?
Vivemos em uma sociedade frenética, impaciente. Precisamos de esperança e de paciência para sobreviver à pandemia.
Que novas perspectivas se abrem graças à leitura do seu texto?
Todos nós precisamos da paciência, da misericórdia e da solidariedade dos outros. Essa é a humanidade a que aspiramos.
Se tivesse que resumir a mensagem do seu livro em uma frase, qual seria?
A paciência é o respiro longo da esperança.
Qual é o significado desse tema nos debates teológicos e eclesiais em curso?
Por último, Tertuliano escreveu um “tratado sobre a paciência”, e se sabe que ele era uma pessoa bastante impaciente. “A paciência de Jesus Cristo” é um tema cristológico. A misericórdia é um tema que diz respeito à solidariedade humana: é difícil aceitar a compaixão tanto quanto exercê-la.
Com que personagem, do presente ou do passado, gostaria de discutir as temáticas que o seu texto aborda?
Com os meus colegas de antigamente: Hans Küng, Joseph Ratzinger e Wolfhart Pannenberg.
Pode levar apenas cinco livros para a famosa ilha deserta: quais?
A Bíblia, o livro dos cantos litúrgicos, a “Divina Comédia”, o “Fausto” de Goethe e a “Dogmática eclesial” de Karl Barth (porque é longa: 10.000 páginas).
Perguntas pessoais: pode nos confidenciar qual é a passagem bíblica ou qual é a sua oração favorita? Qual é a sua música ou filme preferido? O que lhe assusta e, por outro lado, o que lhe deixa feliz?
“Ele quer arrancar também você da angústia e levá-lo a um lugar espaçoso e aberto” (Jó 36,16), os Salmos 23 e 103. Beethoven e o jazz da antiga Nova Orleans. A ameaças me dão medo, o amor me deixa feliz.
Perguntas mais “profissionais”: no que está trabalhando neste período? Sobre que assunto gostaria de escrever ou lhe parece necessário escrever em um futuro próximo?
Estou trabalhando em um livro intitulado “Teologia política do mundo moderno”. A pergunta é: como o mundo cristão se tornou o mundo ocidental e como o mundo ocidental se tornou o mundo moderno global?
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Paciência, misericórdia e solidariedade. Entrevista com Jürgen Moltmann - Instituto Humanitas Unisinos - IHU