23 Abril 2021
“Quando se desencadeia a destruição da natureza é muito difícil detê-la”, afirma o Santo Padre em uma mensagem enviada por vídeo pelo Dia da Terra, que se celebra mundialmente a cada 22 de abril. O Pontífice ainda recorda que “é o momento de atuar” já que “estamos no limite” e “seremos mais resilientes se trabalharmos juntos em vez de agirmos sozinhos”.
A reportagem é de Sofía Lobos, publicada por Vatican News, 22-04-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O Papa Francisco publicou uma mensagem em vídeo para se somar à comemoração do Dia da Terra: uma data estabelecida pelas Nações Unidas a fim de consolidar uma consciência mundial sobre a relação de interdependência entre os seres humanos, os seres vivos e o meio ambiente que os rodeia.
Em seu vídeo, o Santo Padre aponta que há muito tempo a humanidade está tomando mais consciência de que a natureza “merece ser protegida”, ainda que seja “pelo fato de que as interações humanas com a biodiversidade que Deus nos deu, devem ser feitas com o máximo cuidado e com respeito”.
Além disso, o Pontífice demarca a importância de cuidar a biodiversidade e a natureza, algo que nesta pandemia aprendemos muitos mais:
“Esta pandemia nos mostrou o que ocorre quando o mundo paralisa, ainda que seja por alguns meses. E o impacto que isto tem na natureza e na mudança climática, com uma força tristemente positiva, não? Em outras palavras, produz danos”.
Igualmente, Francisco indica que a chegada da covid-19 “que afeta a nós todos, ainda que de forma múltipla e diversa”, também nos mostra “que a natureza global necessita nossas vidas neste planeta, ao mesmo tempo que nos ensina mais sobre o que temos que fazer para criar um planeta justo, equitativo e ambientalmente seguro”.
O Santo Padre frisa que este novo desafio global que supõe a atual crise sanitária, ensina-nos o valor da interdependência, “este compartilhar o planeta”.
Para o Papa, ambas catástrofes globais, a pandemia e a climática, “demonstram que não temos mais tempo para esperar. Que o tempo se aperta e que, como nos ensinou a covid-19, nós temos sim os meios para enfrentar o desafio. Temos os meios. Agora é o momento de atuar, estamos no limite”.
Antes de finalizar o vídeo, o Pontífice cita um velho ditado espanhol: “Deus sempre perdoa, nós seres humanos perdoamos de vez em quando, mas a natureza nunca”.
“Quando se desencadeia esta destruição da natureza é muito difícil detê-la”, explica Francisco recordando com esperança que ainda estamos a tempo e “seremos mais resilientes se trabalharmos juntos em vez de fazermos sozinhos”.
“A adversidade que estamos vivendo com a pandemia, e que já sentimos na mudança climática, deve nos estimular, deve nos empurrar à inovação, à invenção, a buscar novos caminhos. Não se sai igual de uma crise, se sai melhor ou pior. Este é o desafio, e se não sairmos melhor parados, vamos pelo caminho da autodestruição”.
O Papa conclui pedindo a todos (incluindo ele mesmo) que se unam para lançar um chamado aos líderes mundiais, a fim de que “atuem com valentia, com justiça e para que digam sempre a verdade ao povo, que o povo saiba como se proteger da destruição do planeta e como proteger o planeta da destruição que muitas vezes provocamos”.
Anualmente, em 22 de abril comemora-se o Dia Mundial da Terra. Uma data de encontro, estabelecida pelas Nações Unidas, para refletir sobre o impacto do ser humano no planeta. Um fato urgente considerando o atual contexto da pandemia do coronavírus que representa um grande desafio para a saúde pública e a economia global, mas também para a diversidade biológica.
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O Papa Francisco no Dia da Terra: “É o momento de atuar, estamos no limite!” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU