Pastor é indiciado na Baixada Fluminense por intolerância religiosa

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

02 Março 2021

A delegada titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), Marcia Noeli, indiciou o pastor Gledson Lima, negro, da Igreja Tenda dos Milagres na Vila Cláudia, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, por quebrar oferendas do candomblé “em nome de Jesus”.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

Em vídeo postado pelo pastor em redes sociais, ele aparece usando uma pedra jogando-a contra alguidares, recipientes de cerâmica contendo oferendas colocadas no chão, dizendo, na gravação, tratar-se de uma “quebra de maldição”. 

“Os alimentos nos alguidares, as bebidas são oferecidas como presentes, em agradecimento à ancestralidade. Portanto, são sagrados. A postura dele (do pastor) acaba por exercer influência diante de outros, que não conhecem a religião e não aprendem a respeitar”, declarou o babalorixá Natã de Oxaguiã ao jornal Extra

Natã, do terreiro Ilê Asé Babá Mn Okan Fun Fun, disse ao jornal O Dia que procurou o pastor Gledson para dialogar e cobrar uma retratação. Sem atingir o intento, o babalorixá registrou boletim de ocorrência na Decradi no dia 10 de fevereiro. 

“Tenho um sentimento de medo, impotência e tristeza, por não poder fazer nada. Tem lugares que não podemos andar com vestimentas sagradas. Nós realizamos um culto maravilhoso, tão normal, e somos perseguidos o tempo todo por pessoas que infelizmente são lideranças religiosas”, lamentou Natã

Contatado pela reportagem do jornal O Dia, o pastor Gledson disse que só daria entrevistas pessoalmente e não se pronunciou por telefone. As polícias Civil e Militar anunciaram que vão apurar o caso. 

No mês de janeiro, nove casos envolvendo intolerância religiosa foram informados no Rio de Janeiro. O Instituto de Segurança Pública registrou 1.335 ocorrências de crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa em 2020, o que representa uma média de mais de três casos por dia.

Leia mais