16 Janeiro 2020
Em comentário à importante homilia do Papa Francisco, em 1º de janeiro, dedicada substancialmente às mulheres na Igreja e no mundo, escrevemos: "Essa homilia tem muita autoridade e, portanto, todos, dentro e fora da Igreja, deveriam levar a sério o que o Pontífice disse e que, em muitos lugares, nessas horas, almeja-se seja o preâmbulo de maiores desenvolvimentos tanto no âmbito do magistério, como no campo das decisões necessárias, que não podem mais ser adiadas. Nada do que o Santo Padre disse nessa homilia é para transmitir algum agradinho apenas cosmético, ou para fazer as pessoas acreditarem nisso... e muito menos para arrancar aplausos ou fáceis consensos. Francisco disse coisas muito importantes, e a comunidade eclesial deve estar ciente de que são afirmações do magistério que deverão ter consequências práticas.
O comentário é de Luis Badilla, publicado por Il Sismografo, 15-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Portanto, em um contexto analítico desse tipo poderia ser lida a nomeação do Papa Francisco divulgada hoje no Boletim da Assessoria de Imprensa da Santa Sé, que informa o seguinte:
"O Santo Padre nomeou Subsecretário para o Setor Multilateral da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, a Dra. Francesca Di Giovanni, Oficial da mesma Seção para as Relações com os Estados".
Francesca Di Giovanni se torna a terceira mulher Subsecretária nomeada pelo Papa Francisco e mais uma na lista (não muito longa) que foi aberta com a primeira mulher designada a uma tão alta responsabilidade curial por João Paulo II.
No caso de Francesca Di Giovanni, no entanto, há um aspecto particular muito revolucionário: nas cúpulas da Secretaria de Estado, se necessário, ela terá autoridade sobre os bispos (em particular os núncios apostólicos) pois o ente liderado pelo Secretário de Estado, Card. P. Parolin e, no caso específico D. P.R. Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados, é uma estrutura do governo central da Igreja Universal a serviço direto e imediato do Papa.
A Secretaria de Estado existe para realizar a vontade do Pontífice e nessa estrutura, até agora integrada nos mais altos escalões apenas por sacerdotes, a partir de hoje há um leigo, ou melhor, uma leiga, uma mulher. Isso nunca havia acontecido. Uma virada realmente revolucionária na história bimilenar da Igreja.
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Uma virada realmente revolucionária. Pela primeira vez, uma mulher na alta direção da Secretaria de Estado. Com autoridade até sobre os bispos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU