Crimes ecológicos e cultura do ódio, forte alerta do Papa

Foto: Vatican Media

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19 Novembro 2019

A tenacidade com que o Papa Bergoglio incita o mundo em questões sociais é tão insistente que se corre o risco de nos acostumarmos e não prestar mais atenção às suas preciosas denúncias, muito raras no clima atual de acirramento de conflitos e soberanismos. Três dessas denúncias foram formuladas na sexta-feira, 15-11, com um discurso de alto nível para a Associação Internacional de Direito Penal.

O comentário é de Luigi Accattoli, jornalista italiano e vaticanista, publicado por Corriere della Sera, 18-11-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

A "globalização do capital especulativo", em primeiro lugar, que agora confere às corporações econômicas internacionais "mais poder que os Estados", colocando as democracias "em risco". Um segundo alerta do Papa sobre os pobres diz respeito a crimes "contra a casa comum" que atentam contra a sobrevivência da humanidade e que geralmente permanecem "impunes". Ele usou o neologismo "ecocídio": crime contra o meio ambiente. Ele ressaltou que a Igreja Católica está estudando a introdução no Catecismo do "pecado ecológico": palavra que entrou no documento aprovado em 26 de outubro pelo Sínodo sobre a Amazônia. Ele solicitou aos juristas que preparem instrumentos apropriados para sancionar aqueles que causam desastres ecológicos.

Por fim, nessa preciosa intervenção, o Papa assumiu com ênfase - mais uma vez, mas com palavras mais fortes do que nunca – a disseminação da "cultura do descarte e do ódio", acompanhada e também favorecida por declarações de "alguns responsáveis pela ordem ou pelo governo", que lembram ‘os discursos de Hitler em 1934 e 1936’”. Ele listou as vítimas de então e de hoje: judeus, ciganos, homossexuais, imigrantes. É uma sorte que, na atual mistura dos povos no planeta, seja Papa e possa se fazer ouvir por todos um homem que vêm do sul do mundo. Ou seja, que desponha da mais alta autoridade moral alguém que pode se apresentar, de maneira totalmente natural, como advogado dos mais necessitados.

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