30 Julho 2019
Cheguei ao limite. Para mim, a partir de hoje, com a fala cafajeste e criminosa do presidente sobre o pai do presidente da OAB, quem defende este governo é criminoso, canalha e desprovido de sentimentos e valores. Quero que todos sigam, reto, para o Inferno. RR
Manchete "bem intencionada", mas me perdoem, tola. Como pode alguém que cantou loas a Ustra, elogia a ditadura, nomeia o filhote para a embaixada, etc etc etc e blá blá blá se 'apequenar" ? Ele é mais do que minúsculo. Não o chamo de anão ético porque seria um insulto aos anões. Ele não merece nenhum insulto, porque insultos ainda são modos de reconhecer humanidade. Ele é um nada voraz, morte ambulante, vazio de ser e de sentido. Delírio cruel. Enfim, ele é um.... basta.
Fernando Santa Cruz (Olinda, 20.02.1949 - Rio de Janeiro [desaparecido] 23.02.1974) foi um ícone da resistência estudantil à ditadura militar, assassinado pelos ditadores aos 25 anos. Sua mãe acaba de falecer, aos 105 anos de idade, sem saber como o filho foi morto. Ele saiu da casa de seu irmão Marcelo, no Rio de Janeiro, no sábado de carnaval, e nunca mais foi visto. Fernando é o pai do atual Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
Fernando, presente!
Além de desumano, cruel e de atentar contra o decoro do cargo de Presidente da República, o ataque de Bolsolini ao presidente da OAB consiste, como bem observou Fernando Haddad, em uma ameaça. E é nisto que reside sua mais alta gravidade.
Cabe lembrar que Bolsolini é reincidente nessa forma específica de violação dos fundamentos da dignidade da pessoa humana referente ao direito ao respeito da memória dos mortos, como a caracteriza a OAB em nota de repúdio. Por ocasião da homenagem do Congresso ao senador Rubens Paiva, morto sob tortura pela ditadura, o então deputado colou um cartaz em seu gabinete, à vista da viúva Eunice Paiva, tripudiando de sua dor com a frase "quem procura osso é cachorro". Como se vê, a crueldade em Bolsolini está longe de ser uma novidade desconhecida, como parcela de seus arrependidos eleitores quer fazer crer.
Mas, como dito, mais que uma frase desumana, a afirmação de Bolsolini de que pode contar ao presidente da OAB como o pai deste morreu constitui uma grave ameaça: o subtexto é "não se atreva a mexer comigo que o mesmo pode acontecer a quem me confrontar". Trata-se de conduta intolerável em uma democracia, mas que ecoa ameaças e bravatas frequentes nestes sete meses de fascismo no poder.
Como apontou o articulista Antonio Prata em sua última coluna, a mídia tem se acostumado a naturalizar as barbaridades ditas ou perpetradas por Bolsolini adjetivando-as como "controversas" ou "polêmicas" - quando o são, muitas vezes, preconceituosas, incompatíveis com a democracia ou flagrantemente falsas. Repetir tal procedimento com a agressiva ameaça do führer ao presidente da OAB seria contribuir para tornar corriqueiro o agravamento da violação da ordem institucional do país.
Já passa da hora de um basta, e notas de repúdio são insuficientes. Do contrário, de agressão em agressão tolerada, logo a dita democracia não passará, no Brasil, de um nome de fantasia.
Todo aquele que concordar que o governo Bolsonaro se formou insustentável e indefensável é, neste momento, meu aliado.
O que estão esperando para declarar Bolsonaro inapto para o exercício da Presidência da República?
“Ninguém está dizendo que não pode mais demonstrar indignação e medo ou se revoltar com o absurdo. Mas é necessário ser ´seletivo` com sua indignação (pois é). Se perceber que o tópico Bolsonaro te faz espumar e compartilhar coisas dele o dia todo, quaisquer coisas (fontes não faltam), pense em sair um pouco das redes sociais. Vá ver um filme, ler um livro, ouvir a música que você ama ou um disco novo. Consuma e produza arte, que é uma maneira e tanto de elaborar angústias e mobilizar forças, de forma crítica, inclusive.
Arte ajuda a seguir e a mostrar que a vida continua lá fora. Convide alguém, que estar junto e compartilhar amor é uma forma de proteger os seus e de alimentar esperanças, conseguir força, redirecionar a libido. É hora de usar o potencial mobilizador e de comunicação das redes em nosso favor: criando e fortalecendo laços, contatos que sem elas não seriam possíveis, articulando movimentos, coletivos, grupos de apoio. Que nossa ação não fique restrita à web.
A melhor resposta a quem quer te capturar tanto pelo medo quanto pela indignação é seguir vivendo, sem esquecer da empatia para com os que estão sofrendo, mas investindo forte naquilo que você efetivamente pode fazer para ajudar e estudando, ouvindo e lendo muito para aprender formas de ajudar mais. É preciso estar atento aos movimentos ´macro` do regime, saber onde eles estão efetivamente investindo.”
Marcos Donizetti
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