22 Julho 2019
Em 2016, papa Francisco elevou o dia 22 de julho para festa de Santa Maria Madalena. Mas por anos antes desse decreto, defensores da igualdade das mulheres na Igreja celebravam a Apóstola dos Apóstolos como a primeira que proclamou a ressurreição. Para marcarmos a festa de hoje, a história de uma mulher transgênero que deixou o sacerdócio católico e fez sua transição. É uma lembrança da intersecção entre a igualdade LGBT e a igualdade para as mulheres chamadas ao sacerdócio.
O artigo é de Robert Shine, publicado por New Ways Ministry, 22-07-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Alisha Cacace. Foto: Marcus Cooper | Barcroft Media | New Ways Ministry
Alisha Cacace foi reconhecida como homem ao nascer, cresceu religiosa, e foi ordenada padre católico mais tarde. Mas ela diz ao Daily Mail que “desde muito jovem” Cacace sabe que ela era “uma mulher presa em um corpo masculino”. Por muitos anos, ela deixou a verdade de lado, mas depois de seis anos de turbulência, ela começou sua transição. Essa decisão a libertou:
“Olhar os outros felizes foi ótimo e acendeu uma faísca na minha mente... Uma vez que se encara o medo, você se sente melhor consigo mesmo... A melhor coisa que eu já fiz foi a mudança, eu acho que não voltaria atrás, não me arrependo”.
Devido a transição precisou deixar o sacerdócio, porém o Daily Mail noticia:
“Cacace valoriza seu tempo passado como padre e até mesmo guardou a roupa de padre que ela usava – mas ela admite rapidamente que ela também deixou completamente a parte da sua história para trás, agora ela curte sua nova vida com a filha Abbie”. Cacace disse: “'Estou meio fora desse estado de espírito, de ser membro do clero, agora estou no estado de espírito de ser uma garota transgênero e focar na nova vida”.
Mas a mulher trans se manteve na sua vocação, ela ainda mantém sua fé e é católica praticante
“Eu ainda tenho o suporte de Deus, definitivamente ainda tenho o suporte de Deus. Eu posso sentir isso”, adicionou a Sra. Cacace.
“Eu estou nesse momento da vida, que é da minha vida. Assim que eu quero ir em frente. Ir em frente e ser feliz”, continuou.
A história de Alisha Cacace é bela e trágica. Ela sabe da verdade que muitas pessoas LGBTQ sabem: vivem autenticamente e plenamente apoiadas por Deus e carregando felicidade. Mas também há perdas, para ela e para a Igreja. Não há razão sensível para que Cacace não possa ter permanecido no ministério depois de sua transição, além dos ensinamentos sobre ordenação de mulheres, rejeitado por um grande número de católicos.
A história de Cacace é uma lembrança que os católicos precisam agir em unidade pela igualdade da população LGBTQ, pela ordenação de mulheres e pelo fim do clericalismo, que são três partes de uma mesma causa. Embora ela não use mais o clergyman, Alisha Cacace ainda exerce o ministério sacerdotal. Como Maria de Magdala, ela proclama a Ressurreição e lidera o povo de Deus à frente para uma nova vida.
Para conhecer mais sobre a história de Cacace assista ao vídeo nesse link (em inglês).
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Ex-padre compartilha sua história como católica transgênero amada por Deus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU