30 Mai 2019
O cardeal Stanisław Dziwisz agradece ao Papa Francisco por ter posto fim às tentativas de difamar São João Paulo II.
A nota foi publicada no sítio da Conferência Episcopal Polonesa, 29-05-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em conexão com a repetição na mídia de falsas informações que enganam muitas pessoas, eu gostaria de lembrar que São João Paulo II foi o primeiro papa que introduziu sistematicamente a proteção das crianças e dos jovens na Igreja. Sua atitude intransigente nessa questão é testemunhada, entre outros, pelos seguintes fatos:
1. Em 1993, São João Paulo II escreveu uma carta aos bispos dos Estados Unidos, na qual afirmou inequivocamente: “A palavra evangélica ‘ai’ tem um significado particular, especialmente quando Cristo a usa nos casos de escândalo e, sobretudo, de escândalo dos ‘pequeninos’. Como são severas as palavras de Cristo quando fala de tal escândalo, quão grande deve ser esse mal, pois ‘melhor seria para ele pendurar uma pedra de moinho no pescoço e ser jogado no fundo do mar’ (cfr. Mt 18, 6)”.
2. Em 1994, o papa emitiu um indulto para a Igreja dos Estados Unidos e, dois anos depois, expandiu-o para a Igreja na Irlanda. Seu objetivo era introduzir uma maior proteção para as crianças e os jovens contra o crime de abuso.
3. Em 2001, o Santo Padre introduziu normas legais restritivas na Igreja, que os papas posteriores foram atualizando. O documento “Sacramentorum sanctitatis tutela” (Sobre a proteção da santidade dos sacramentos) e as normas “Sobre os crimes mais graves” foram de crucial importância. João Paulo II aumentou a idade de proteção de menores para os 18 anos. Além disso, obrigou cada bispo e superior religioso a relatar à Congregação para a Doutrina da Fé todos os crimes contra menores.
4. Em 2002, São João Paulo II enfatizou claramente sua posição sobre essa questão: “As pessoas precisam saber que não há lugar no sacerdócio e na vida religiosa para aqueles que ferem os jovens” (Discurso aos cardeais dos Estados Unidos, 23 de abril de 2002).
5. Durante o pontificado e de acordo com a vontade de São João Paulo II, a Congregação para a Doutrina da Fé iniciou uma investigação sobre as acusações concernentes a Maciel Degollado, fundador dos Legionários de Cristo. Em dezembro de 2004, o então promotor da Justiça e hoje arcebispo Charles Scicluna foi enviado com outro advogado para o México e os Estados Unidos, a fim de investigar o caso. A investigação foi finalizada após a morte de João Paulo II e, portanto, no início do pontificado de Bento XVI, uma sentença pôde ser proferida.
6. Além disso, deve-se notar que 122 testemunhas, incluindo aquelas distantes da Igreja Católica, foram interrogadas a fim de examinar a vida de João Paulo II, e foram preparadas 2.414 páginas de documentação processual. A santidade de João Paulo II foi confirmada pela autoridade de dois papas: ele foi beatificado pelo Papa Bento XVI e canonizado pelo Papa Francisco. A Santa Sé, considerando a opinião de um conselho de médicos, reconheceu duas curas através da intercessão de São João Paulo II como inexplicáveis do ponto de vista médico.
Por essa razão, as tentativas de difamar o Papa São João Paulo II insultam os sentimentos de milhões de pessoas em todo o mundo para as quais São João Paulo II foi e é uma autoridade e um defensor inquestionáveis em várias situações da vida, o que está expressado em milhares de testemunhos sobre as graças recebidas continuamente mediante a sua intercessão.
Agradeço ao Santo Padre Francisco por dar fim às tentativas de difamar o papa polonês, dizendo que ninguém pode duvidar da santidade de João Paulo II.
Cracóvia, 28 de maio de 2019
+ Cardeal Stanisław Dziwisz
Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Cracóvia
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Cardeal polonês agradece ao Papa Francisco por dar fim às tentativas de difamar São João Paulo II - Instituto Humanitas Unisinos - IHU