13 Mai 2019
Por meio de uma carta, o Papa Francisco convidou todos os economistas, empreendedores e empreendedoras do mundo para participar do evento intitulado "Economia de Francisco", que acontecerá em Assis entre os dias 26 e 28 de março de 2020; um evento que – tal como assegura na carta – permitirá “conhecer quem hoje está se formando e começando a estudar e praticar uma economia diferente, que dá vida e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a destrói”.
A reportagem é publicada por RD/Vatican News, em 11-05-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.
Além disso, junto aos economistas e empreendedores, Francisco também convocará alguns dos melhores acadêmicos e especialistas em ciências econômicas que hoje estão comprometidos em todo o mundo com uma economia compatível com este contexto ideal.
O evento também ajudará a “se conhecer melhor” e a fazer um “pacto comum” para mudar a economia atual e dar um espírito à economia do amanhã: “através de um "pacto" comum, promoveremos um processo de mudança global que esteja em comunhão de intenções não só aos que têm o dom da fé, mas a todos os homens de boa vontade, para além das diferenças de crença e nacionalidade, unidos por um ideal de fraternidade e atentos, sobretudo, aos pobres e excluídos” escreve Francisco na carta.
O Papa também assegura que Assis é a cidade mais adequada para celebrar este evento, pois, durante séculos foi “o símbolo e a mensagem de um humanismo de fraternidade”: “Se São João Paulo II a escolheu como ícone de uma cultura de paz, eu também a considero como um lugar que inspira uma nova economia” expressa no documento.
Falando de São Francisco de Assis, que “se despojou de toda mundanidade para escolher Deus como a estrela guia de sua vida, fazendo-se pobre com os pobres”, o Papa assegura que sua escolha da pobreza “também deu lugar a uma visão da economia que continua sendo muito atual” e que pode dar “esperança a nosso amanhã, em benefício não só dos mais pobres, como de toda a humanidade”.
“A Carta Encíclica ‘Laudato si' destaca que hoje mais do que nunca, tudo está intimamente conectado e que a proteção do meio ambiente não pode se separar da justiça para com os pobres e da solução dos problemas estruturais da economia mundial” continua o Papa na carta. Portanto, para Francisco, é necessário “corrigir os modelos de crescimento” que são incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, a aceitação da vida, o cuidado da família, a equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações futuras. Mas, “lamentavelmente – disse – o chamado a tomar consciência da gravidade dos problemas continua sem ser ouvido”.
No final do documento, o Papa expressa que diante desta urgência “somos chamados a revisar nossos esquemas mentais e morais, para que estejam mais em conformidade com os mandamentos de Deus e com as exigências do bem comum” e pede a todos os economistas e empreendedores a “ouvirem seu coração” porque só assim “se sentirão portadores de uma cultura corajosa e não terão medo de correr riscos e se comprometer em construir uma nova sociedade”.
“Enquanto nosso sistema econômico e social ainda produzir uma vítima e houver uma só pessoa descartada – conclui – não poderá existir a festa da fraternidade universal”.
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Papa lança um pacto global para mudar o modelo de economia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU