18 Janeiro 2019
"Mudar-se e se instalar noutro local na esperança de encontrar uma vida melhor para si e para a própria família: este é o desejo profundo que moveu milhões de migrantes ao longo dos séculos." E ainda: "Os êxodos dramáticos dos refugiados" são "uma experiência que o próprio Jesus Cristo experimentou, com seus pais, no início da sua vida terrena, quando eles tiveram que fugir para o Egito para escapar da fúria assassina de Herodes."
A reportagem é publicada por Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 17-01-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Papa Francisco escreve um prefácio para a obra Luci sulle strade della speranza (Luzes nos caminhos da esperança, em tradução livre) uma coletânea de seus ensinamentos magistrais sobre os migrantes, refugiados e tráfico, publicado pela Seção de migrantes e refugiados do Dicastério vaticano para o Desenvolvimento Humano Integral, que entra no coração de um problema que tem profundamente tocado até mesmo a sua família: os avós paternos de Jorge Mario Bergoglio chegaram na Argentina vindos da Itália em janeiro de 1929. A coletânea é um documento de 38 páginas que ilustra realidades e respostas sobre o flagelo do tráfico, indicando suas causas, solicitando o reconhecimento, ilustrando as dinâmicas e possíveis modalidades para superar o fenômeno.
Francisco se mantém longe dos acontecimentos da política italiana. Mas, mais uma vez, chamado para falar sobre migração, chega ao coração de uma questão que divide e toca no fundo o país e em relação ao qual ele pediu uma intervenção decisiva da comunidade europeia.
"A viagem do migrante – lembra - nem sempre é uma experiência feliz. Basta pensar nas terríveis jornadas das vítimas do tráfico. Neste caso, porém, também há oportunidades para a superação, como aconteceu com o pequeno José, filho de Jacob. vendido como escravo pelos irmãos invejosos, que no Egito se tornou administrador do faraó". "Da mesma forma que a história humana, a história da salvação foi marcada por caminhos de um tipo diferente - migrações, exílio, fugas, êxodos, todos motivados pela esperança de um futuro melhor em outro lugar. E mesmo quando o evento foi induzido com intenções criminosas, como no caso do tráfico, não podemos deixar que seja roubada a esperança de libertação e resgate".
O tráfico é uma questão muito sensível para o Papa. Já na época em que ele era arcebispo de Buenos Aires, de fato, dedicava um dia de sensibilização na Praça Constitución ao tema, mesmo diante da indiferença da maioria.
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Papa Francisco: "As migrações enriquecem nossas comunidades: Jesus também foi um refugiado" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU