19 Outubro 2018
A importância de ajudar os jovens a se tornarem cidadãos éticos e ativos, que não tenham medo de participar da política, foi um tema levantado por dois membros do Sínodo dos Bispos no dia 16 de outubro.
A reportagem é de Carol Glatz, publicada por Catholic News Service, 18-10-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, disse no Sínodo que é "urgente" ajudar os jovens a se tornarem cidadãos ativos na política, motivados pelo mandamento do amor, que inclui a construção de uma sociedade mais justa.
A crise atual da democracia no Ocidente, disse ele, está enraizada na falta desses valores, a ponto de muitas pessoas hoje considerarem "o milagre do amor altruísta" como "absurdo".
Esse ceticismo também pode ser visto na maneira como os imigrantes são tratados, nos problemas contínuos de violência e pobreza, na falta de solidariedade e na indiferença das pessoas em relação à lei e à justiça, disse o cardeal.
Não é suficiente que essa questão seja colocada somente na esfera "particular", num nível pessoal de amar o próximo, disse ele. Ela exige que todos também cumpram suas responsabilidades em nível social, político e institucional.
Olhar para o futuro com otimismo e planos de longo prazo é parte do "desafio que os jovens devem enfrentar", disse ele. Mas é um desafio que eles não deveriam ter que enfrentar sozinhos; "é um desafio político, não individual".
O bispo Damiano Guzzetti, de Moroto, Uganda, disse no sínodo que "a educação cívica é uma parte importante de todos os nossos programas de treinamento da Igreja".
"Os jovens são facilmente usados por políticos sem escrúpulos", e toda nação "precisa encontrar o poder transformador do Evangelho", disse o missionário comboniano de origem italiana.
Todos os leigos têm a vocação de santificar o mundo, disse ele, e isso inclui "trazer Cristo ao mundo da política".
O bispo relatou um aumento no número de jovens envolvidos ativamente na política, mas disse que se eles estão nela a fim de "trazer valores cristãos para a vida social, então eles devem estar cientes das demandas da justiça social", devem se familiarizar com os princípios do ensino social católico, e entender como tudo isso "deve ser aplicado em seus próprios países".
"Seria muito bom se os jovens cristãos dialogassem com políticos cristãos para aprender como funciona a política, descobrir suas possibilidades e limitações", disse Guzzetti.
"Infelizmente, os jovens políticos pensam que muitos políticos católicos mais antigos não são modelos dignos de se seguir."
"Como Igreja, devemos construir nos jovens uma forte consciência e respeito pelo bem comum", nos quais eles possam descobrir como ser tolerantes com a diversidade e começar uma nova forma de discurso político, hoje "caracterizado por acusações e insultos entre as pessoas que têm opiniões opostas", disse Guzzeti.
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Sínodo. Igreja deve ajudar os jovens a serem cidadãos e políticos éticos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU