10 Setembro 2018
Bispos da Áustria e da Alemanha se uniram para apoiar o Papa Francisco em resposta ao pedido de ex-núncio papal por sua renúncia.
A reportagem é de Zita Ballinger Fletcher, publicada por Crux, 08-09-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Na Áustria, o cardeal Christoph Schönborn de Viena publicou uma coluna no dia 7 de setembro, no semanário Heute, com uma forte mensagem de apoio a Francisco, chamando o pontífice de “lutador contra a injustiça e a exploração” e que ele “se posiciona contra o abuso sexual na Igreja com grande determinação".
"Essa crítica vem de círculos da Igreja que querem se livrar do atual Papa o mais rápido possível", disse Schönborn, criticando algumas autoridades do Vaticano.
Segundo Schönborn, os adversários do pontífice estão explorando a oportunidade de criticá-lo durante o período em que está passando por dificuldades.
"Agradeço a Deus por um pastor tão generoso. Obrigado, Papa Francisco!", concluiu o cardeal austríaco.
Os comentários do cardeal vão de encontro ao pedido do arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio papal dos Estados Unidos, para Francisco renunciar ao cargo - por supostamente ignorar as sanções do Papa Bento XVI ao então cardeal Theodore E. McCarrick por má conduta sexual.
Na Alemanha, quatro bispos que anteriormente estavam em desacordo no debate sobre a comunhão para católicos divorciados e recasados civilmente eram unânimes em seu pedido para que os católicos permanecessem leais ao Papa.
"É hora de apoiar Francisco e seus esforços de esclarecimento, restauração e prevenção", escreveu o bispo Peter Kohlgraf, de Mainz, em sua página no Facebook no dia 3 de setembro.
“Não pode ser que os católicos sejam leais apenas ao Papa, desde que ele represente suas opiniões. Sem lealdade ao Papa, não é possível ser católico”, disse Kohlgraf.
O bispo Stefan Oster, de Passau, expressou forte apoio a Francisco em um post em seu sítio pessoal, intitulado “Por que eu acredito no Papa Francisco”.
Oster admitiu questionar pessoalmente os ensinamentos de Francisco, por causa dos católicos tradicionais se perguntando "se o magistério, a fé, a liturgia e o chamado à conversão não estão sendo muito severos".
"Devo admitir que estou familiarizado com essas questões desde que eu mesmo me perguntei", escreveu Oster.
Oster afirmou ter analisado os debates entre católicos liberais e tradicionais para determinar de que lado o Papa poderia estar. No entanto, com base nos escritos de Francisco, ele não é nem liberal nem conservador.
Oster fez um estudo detalhado dos ensinamentos de Francisco, revisando os textos de Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia, Laudato Si', Sobre o Cuidado do Nosso Lar Comum, e Gaudete et Exsultate.
Ele identificou quatro ensinamentos fundamentais do Papa: O amor pessoal por Jesus, amor à família, amor pelo ambiente e o chamado universal à santidade.
“Olhando mais de perto e com menos ansiedade, é possível notar que o Santo Padre não decide de uma maneira ou de outra. Ele procura muito mais pelo caminho da profundidade, honestidade, amor genuíno e credibilidade. A Igreja deve sempre ser reformada”, disse Oster.
Oster afirmou ainda que vê Francisco como alguém que “quer consistentemente liderar a Igreja em busca de um caminho de renovação, que não é nem liberal nem conservador, mas um espírito de santidade que se torna uma testemunha do mundo e um lugar onde cada pessoa - e o mundo - pode experimentar o amor transformador de Deus e se tornar mais curado em seu coração”.
“Sou grato ao Papa Francisco pelo seu serviço e pelo seu testemunho!”, concluiu Oster.
Tais opiniões foram repetidas pelo bispo Gebhard Furst, de Rottenburg-Stuttgart, que anunciou seu apoio a Francisco em 3 de setembro, via Twitter.
"Eu o acompanho no caminho para a renovação da Igreja, que tem seguido consistentemente desde o início do seu papado", disse Furst.
O bispo Wolfgang Ipolt, de Gorlitz, também expressou confiança na liderança do Papa, dizendo à agência de notícias católica alemã, KNA, no início de setembro, que é fácil para outros se culparem sem ter que assumir responsabilidade.
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Bispos na Áustria e Alemanha declaram apoio ao Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU