12 Junho 2018
Em primeiro lugar, evangelizar não significa colocar em prática “planos pastorais bem feitos, perfeitos”, mas incapazes de fazer com que chegue o anúncio: Jesus não envia às pessoas com “uma atitude empresarial”. Em segundo lugar, “a evangelização não é uma teimosia humana”, mas fruto do Espírito Santo. E por último, “é feio” ver evangelizadores que, por causa de seu empenho, acreditam que fazem “carreira” na Igreja ou na sociedade, e possuem a “presunção de querer ser servidos”.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican Insider, 11-06-2018. A tradução é do Cepat.
O Papa Francisco colocou alguns pontos sobre os ‘is’, durante a homilia da missa matutina, celebrada na capela da Casa Santa Marta. Antes de mais nada, explicou, não se deve esquecer que é o Espírito Santo o “verdadeiro protagonista” desta missão que chama a cada cristão. E é necessário levar em conta três dimensões fundamentais: o anúncio, o serviço e a gratuidade.
Anúncio que, destacou o Pontífice comentando as Leituras do dia, não é uma simples “pregação” ou a “transmissão” de algumas ideias, mas um movimento dinâmico, capaz de “mudar os corações”. “Vimos planos pastorais bem feitos, perfeitos, mas que não eram instrumento para a evangelização, porque eram finalizados em si mesmos, incapazes de mudar os corações”, observou Bergoglio. “Não é uma atitude empresarial que Jesus nos manda ter, com uma atitude empresarial, não. É com o Espírito Santo. Esta é a coragem. A verdadeira coragem da evangelização não é uma teimosia humana, assim... Não. É o Espírito Santo que nos dá coragem e leva você em frente”.
Em segundo lugar, destacou o Papa refletindo sobre a dimensão do serviço, a evangelização também se oferece “nas coisas pequenas”. É, pois, completamente errônea a presunção de querer ser servidos, após ter feito carreira na Igreja ou na sociedade: “escalar na Igreja é um sinal de que não se sabe o que é a evangelização”, afirmou Francisco: “aquele que manda deve ser como o que serve”.
“É feio quando se encontram evangelizadores que se fazem servir e vivem para serem servidos. É feio. São como os príncipes da evangelização”, apontou o Pontífice. Portanto, não é possível anunciar coisas boas, “sem serviço”: tudo isso “não é anúncio, parece, mas não é. Porque o Espírito não apenas lhe conduz a proclamar a verdade do Senhor e a vida do Senhor, mas também lhe conduz aos irmãos, às irmãs, para servi-los”.
Deste serviço surge a gratuidade, no sentido de que “ninguém pode se redimir graças aos próprios méritos”. “Gratuitamente receberam (nos recorda o Senhor), gratuitamente deem”. “Todos nós – concluiu o Papa – fomos salvos gratuitamente por Jesus Cristo e, então, temos que dar gratuitamente. Os agentes pastorais da evangelização devem aprender isto: sua vida deve ser gratuita, para o serviço, para o anúncio, levados pelo Espírito. A própria pobreza os impulsiona a se abrir ao Espírito”.
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“Nem empresários, nem carreiristas. Quem evangeliza deve servir”, adverte Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU