17 Mai 2018
Com ações diretas em 35 estados e a capital nacional, e mais de 1.000 presos, renasceu na segunda-feira a Campanha dos Pobres, originalmente liderada pelo reverendo Martin Luther King, há meio século, para exigir uma reforma das leis de direito ao voto e novas políticas para abordar a pobreza sistêmica, o racismo, a devastação ambiental e frear o militarismo.
A reportagem é de David Brooks, publicada por La Jornada, 15-05-2018. A tradução é do Cepat.
Em fatos simultâneos de ação direta não violenta nas capitais de 35 estados e em frente ao Capitólio federal em Washington, uma ampla coalizão de líderes religiosos, sindicalistas, organizadores sociais, ambientalistas, estudantes, artistas, intelectuais e agrupamentos comunitários participaram do que os organizadores chamaram de a onda de desobediência civil não violenta mais expansiva na história dos Estados Unidos.
Os copresidentes da Campanha dos Pobres, o reverendo William J. Barber e a reverenda Liz Theoharis, estiveram entre as centenas de presos, em Washington, ao ocupar uma rua no protesto contra as políticas violentas que atingem os pobres e os trabalhadores do país.
“Estamos vivendo em uma democracia empobrecida, declarou o reverendo Barber. As pessoas estão se levantando contra a mentira da escassez. Sabemos que no país mais rico do mundo não há razões para que as crianças passem fome, para que aos doentes seja negada o atendimento à saúde, nem para que os cidadãos tenham seu voto suprimido. Os dois partidos precisam ser desafiados; um pelo que faz e o outro pelo que não faz”.
Os organizadores afirmaram que esta onda de desobediência civil sem precedentes é destinada a transformar as estruturas políticas, econômicas e morais da nação. Durante os próximos 40 dias, afirmam, haverá mais ações diretas, fóruns de educação civil, esforços de registro, entre outras atividades, para gerar um movimento de fusão moral formado por pessoas de todas as raças e religiões. Esta primeira fase da campanha culminará em Washington, com um ato nacional, no dia 23 de junho.
A campanha assume o nome do movimento impulsionado pelo reverendo King, em 1968, para enfrentar o que ele chamava de triplo mal inter-relacionado de racismo, pobreza e militarismo.
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Estados Unidos. Em ato massivo, renasce a Campanha dos Pobres de Luther King - Instituto Humanitas Unisinos - IHU