20 Abril 2018
O Papa Francisco reuniu-se com um estudante que ficou gravemente ferido ao defender um casal gay na França há dois anos.
A informação é de Robert Shine, publicada por New Ways Ministry, 19-04-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
No início deste mês, o Papa realizou uma audiência privada com Marin. Conforme a NewNowNext, "em novembro de 2016, Marin defendeu um casal gay em Lyon que estava sendo atacado por um grupo de jovens que tinham visto o casal se beijando numa parada de ônibus. Depois de tentar interceder, Marin levou vários golpes na parte de trás da cabeça com uma muleta, deixando-o em coma por semanas. Os médicos tiveram que remover um quarto do crânio do rapaz para reduzir o inchaço no cérebro”.
"Foram necessárias várias operações e os ferimentos resultaram em danos neurológicos graves. Marin hoje mora em um centro de reabilitação na Suíça, de onde registra seu progresso nas redes sociais”.
Na página do Facebook "Je soutiens Marin" (Eu apoio Marin, tradução livre), que tem cerca de 200.000 seguidores, o jovem postou informações sobre sua audiência com o Papa Francisco:
"Um encontro incrível com um homem excepcional... Levo todos vocês na mente neste dia tão especial para mim. Saio cheio de força, coragem e esperança".
Embora o Papa Francisco tenha dado declarações positivas em relação aos gays, essa audiência é mais uma prova de que prefere falar sobre questões LGBT através do trabalho pastoral. O Papa já se encontrou com um ex-aluno que é gay e com um homem transgênero que enfrentou discriminação na paróquia. Também realizou um almoço com detentos transgêneros e da ala gay, bem como os presos que convivem com a aids e o HIV. Em cartas, foi gentil em suas palavras a um casal gay no Brasil sobre o batismo de seu filho, com um grupo católico LGBT em Florença e uma irmã na Argentina que trabalha com mulheres trans. (Veja o histórico completo das questões LGBT e o Papa Francisco clicando aqui).
Encontros pessoais como estes são novidades importantes na Igreja, e exemplificam claramente que uma ação vale mais do que mil palavras. O encontro do Papa Francisco com Marin transmite a mensagem de que é um dever cristão defender a dignidade das pessoas LGBT, mesmo que haja custos para sua própria segurança e bem-estar. Comparando com a carta do Vaticano de 1986 sobre a homossexualidade, que sugeria que gays e lésbicas podiam esperar violência por exigir igualdade, esta audiência é um momento para refletir sobre o quão longe a Igreja chegou.
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Papa Francisco encontra-se com estudante que ficou gravemente ferido ao defender casal homossexual - Instituto Humanitas Unisinos - IHU