05 Fevereiro 2018
“Antes, a Igreja fazia de tudo contra o reconhecimento dos casais gays. Agora, parece preocupada em consolidá-los. Permitam-me um sorriso. Talvez seja uma rendição cultural à evidência.” Gabriele Piazzoni, secretário nacional da Arcigay [uma das principais associações de defesa dos direitos LGBT na Itália], sorri, sim, mas depois leva muito a sério a iniciativa da Diocese de Turim.
A reportagem é de Fabrizio Assandri, publicada por La Stampa, 03-02-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Como você avalia a iniciativa?
Parece-me o melhor reconhecimento possível. Querer aplicar uma pastoral de casais também aos gays significa considerá-los na sua dimensão de família. Isso só pode nos agradar.
O que você acha da reflexão sobre a fidelidade?
Nós consideramos que cada casal deve ser livre para encontrar seus equilíbrios, mas, quando a Lei Cirinnà foi feita, a falta de obrigação de fidelidade foi uma bofetada: era como desvalorizar os casais gays em relação aos heterossexuais. É muito bom que a diocese reconheça que nós também merecemos fidelidade.
Isso não está em contradição com a linha oficial da Igreja?
Formalmente, não há ambiguidade, porque a linha oficial é muito clara. Mas então, quando se toma um banho de realidade – como eu acho que a Diocese de Turim fez com essa iniciativa –, as coisas mudam. E as associações católicas e quem está perto dos fiéis, mesmo que haja realidades abertas e outras seladas, sabem que não podem deixar de considerar a realidade das nossas famílias.
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Uniões civis: ''Finalmente, a Igreja tomou um banho de realidade'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU