01 Fevereiro 2018
A Campanha Nacional em Defesa do Cerrado busca valorizar a biodiversidade e as culturas dos povos e comunidades desse bioma, lutando pela sua preservação. A legislação brasileira não garante plena proteção ao Cerrado. Apenas 11% do Cerrado é coberto por reservas ou Unidades de Conservação, comparados com quase 50% da Amazônia.
A reportagem foi publicada por Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, 31-01-2018.
A Campanha surgiu com o objetivo de alertar a sociedade para os impactos que a destruição do Cerrado causam no Brasil. A Campanha é promovida por 43 organizações, movimentos sociais e entidades religiosas, como a CNBB, e iniciou suas atividades em 2016.
A água é o mote da Campanha (Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida), pois o Cerrado tem papel central no abastecimento de água do país. O bioma é conhecido como o “berço das águas” porque mantém três grandes aquíferos (Guarani, Bambuí e Urucuia) e é responsável pela formação e alimentação de grandes rios do continente, como São Francisco, Tocantins e Araguaia.
Segundo pesquisa da americana Stephanie Spera, da Brown University, publicada na revista científica Global Change Biology em 2016, o desmatamento no Cerrado impacta o ciclo de chuvas no país. Em 2013, as áreas agrícolas no Cerrado desmatado reciclaram para a atmosfera 14 mil metros cúbicos a menos do que a vegetação nativa. Em apenas um ano, o Cerrado perdeu uma área equivalente a três cidades do Rio de Janeiro.
Políticas, planos e projetos iniciados na década de 1970, contando com grande volume de investimentos nacional e internacional, mantém a política desenvolvimentista promotora de violências, de degradação ambiental, trabalho escravo e desigualdades sociais e econômicas no Cerrado brasileiro. A pressão sobre as terras tradicionalmente ocupadas tem sido crescente, gerando um intenso processo de grilagem e de especulação fundiária, aumentando os conflitos por terra. Entre 2005 a 2014, do total de mais de onze mil localidades onde ocorreram casos de violência no campo brasileiro, 39% aconteceram no Cerrado, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
· Pautar e conscientizar a sociedade sobre a importância do Cerrado e os impactos dos grandes projetos do agronegócio, da mineração e de infraestrutura;
· Dar visibilidade à realidade dos Povos do Cerrado, como representantes da sociobiodiversidade, conhecedores e guardiões do patrimônio ecológico e cultural dessa região;
· Fortalecer a Identidade dos Povos do Cerrado, envolvendo a população na defesa do bioma e na luta pelos seus direitos;
· Manter intercâmbio entre as comunidades do Cerrado brasileiro com as comunidades de Moçambique, na África, impactadas pelos projetos do Programa Pró-Savana.
Associação União das Aldeias Apinajés/PEMPXÀ – ActionAid Brasil – CNBB/Pastorais Sociais – Agência 10envolvimento – APA/TO – ANQ – AATR/BA – ABRA – APIB – CPT – CONTAG – CIMI – CUT/GO – CPP – Cáritas Brasileira – CEBI – CESE – CEDAC – Coletivo de Fundos e Fechos de Pasto do Oeste da Bahia – Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra do DF – CONAQ – FASE – FBSSAN – FETAET – FETAEMA – CONTRAF-BRASIL/FETRAF – Gwatá/UEG – IBRACE – ISPN – MPF – MJD – MIQCB – MPP – MMC – MPA – MST – MAB – MOPIC – SPM – Rede Cerrado – Redessan – Rede Social de Direitos Humanos – Rede de Agroecologia do Maranhão – TIJUPA – Via Campesina – FIAN Brasil.
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Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU