16 Outubro 2017
Os hispânicos nos Estados Unidos compõem o grupo que mais sofre com a fome e a pobreza, bem acima da população total, de acordo com um análise da organização 'Pan para el Mundo', publicada nos últimos dias com base nos dados recolhidos e verificados por agências governamentais. De acordo com a organização de caridade cristã, em 2016 18,5% das famílias latino-americanas tiveram que lutar para ter alimento suficiente para viver, em comparação com 12,3% das famílias não-latinas.
A informação é publicada por Agência Fides, 14-10-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Quase um em cada cinco hispânicos (19,4%) vive na pobreza, em comparação com uma taxa de pobreza geral de 12,7%. A insegurança alimentar tem um grave impacto sobre as crianças, porque 24% de crianças latinas têm maior probabilidade de não ter acesso a uma alimentação nutritiva em comparação com 14% das crianças não-latinas, quase o dobro. Além disso, 30% das famílias dependentes de um chefe de família hispânico sem documentos e quase 35% das famílias latinas dependentes de mães solteiras vivem abaixo da linha da pobreza.
O bispo cristão Jose Garcia, conselheiro-executivo da organização, disse que, apesar do papel fundamental dos hispânicos no fortalecimento da economia dos EUA e apesar de seus grandes esforços, "há milhões de famílias que não podem garantir o próprio sustento". "Com uma economia mais forte, o nosso país pode investir melhor em programas que reduzam a fome e a pobreza", acrescentou.
Em seu relatório, enviado à Agência Fides, a organização informa que de acordo com estudos realizados os latinos ganham menos e têm taxas de desemprego mais elevadas do que a população em geral.
Na apresentação do relatório, o bispo Garcia apelou às autoridades para investir em programas de assistência pública e para não cortar os programas já existentes: "Os cortes no orçamento agora discutidos no Congresso enfraquecem a comunidade latina e minam a capacidade da nossa nação de acabar com a fome".
"Pan para el Mundo" é uma associação cristã que incentiva os líderes dos EUA a combater a fome neste país e no mundo. “Somos animados pela graça de Deus em Jesus Cristo para trabalhar por um mundo sem fome", consta em sua apresentação. O esforço é dirigido para a mudança das políticas, programas e condições que permitem a persistência da fome e da pobreza.
"É possível erradicar a fome em nosso tempo. Cada um de nós, mas especialmente o nosso governo, deve fazer a sua parte. No Congresso, e com apenas sua assinatura, podem ser redirecionados milhões de dólares através de políticas públicas que podem ajudar milhões de pessoas. Se as nossas vozes forem ouvidas no Congresso, vamos contribuir para tornar mais justas e compassivas as leis da nossa nação para que possamos erradicar a fome”.
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EUA. 18,5% das famílias hispânicas vivem abaixo da linha da pobreza - Instituto Humanitas Unisinos - IHU