03 Março 2017
A intenção mensal do papa para o mês de março é dedicada aos cristãos perseguidos, que ao redor do mundo enfrentam ameaças diárias de violência física por causa das crenças religiosas que professam. Estima-se que 200 milhões de cristãos correm risco de violência física, detenção, tortura e morte.
A reportagem é de Inés San Martín, publicada por Crux, 02-03-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Num momento em que se estima que 200 milhões de cristãos ao redor do mundo enfrentam a ameaça da perseguição religiosa, o Papa Francisco levantou a voz em nome dessas pessoas através de um vídeo orante mensal, em que pede que o mundo reze e dê apoio material aos cristãos perseguidos.
“Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos!”, disse Francisco no mais recente vídeo com suas intenções mensais de oração confiadas à Rede Mundial de Oração do Papa. A inciativa “O Vídeo do Papa” é coordenada por La Machi, Comunicação para Boas Causas, e conta com o apoio da Companhia de Jesus, IndigoMusic, GettyImagesLatam, e tem a colaboração do Centro Televisivo Vaticano.
“Elas são perseguidas e mortas por serem cristãs”, continua o papa no vídeo, que mostra três pessoas, de diferentes denominações cristãs: uma católica, uma protestante e uma cristã ortodoxa.
Francisco já se pronunciou sobre um “ecumenismo de sangue”, pois, como diz no vídeo, aqueles que perseguem cristãos não fazem distinção entre as comunidades religiosas.
“Pergunto: quantos de vocês oram pelos cristãos perseguidos?”, declara Francisco antes de fazer as intenções mensais, em que pede o apoio via orações e ajuda material de todas as igrejas e comunidades.
De acordo com a Ajuda à Igreja que Sofre, fundação pontifícia que recentemente se juntou à iniciativa como um grande benfeitor, a liberdade religiosa diminuiu em 11 dos 23 países classificados como de perseguição.
O Relatório da Liberdade Religiosa, da citada fundação, revelou que em sete dos piores países – Afeganistão, Iraque, Nigéria, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Somália e Síria –, os cristãos têm enfrentado um nível de intolerância e opressão tão grave que a tendência é somente a de piorar.
Estes vídeos partem das intenções mensais papais, que há anos são confiadas à Rede Mundial de Oração do Papa, organização jesuíta conhecida como “Apostolado da Oração”. A iniciativa de apresentá-las em vídeo, que inclui filmagens exclusivas feitas com o papa, começou no ano passado, numa tentativa de torná-los mais conhecidos.
Segundo o padre jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa e do setor de juventude da organização, “a intenção de Francisco este mês é tão delicada quanto urgente”.
“Milhares de cristãos em todo o mundo são discriminados ou perseguidos pelo simples fato de serem cristãos”, disse ele em nota. “Não esqueçamos que também existem outras perseguições religiosas”.
Johannes Heereman, presidente da Ajuda à Igreja que Sofre, disse na mesma nota que a liberdade religiosa é um princípio fundamental dos direitos humanos.
“Nas manchetes das notícias vemos quase todos os dias um vínculo claro entre a violência, a opressão e a negação deste direito humano básico”, falou. “Acreditamos que é preciso levantar a voz quando qualquer comunidade de fé está a ser injustamente atacada”.
Um exemplo recente é o relato dos cristãos que escaparam da Península do Sinai, no Egito, fugindo aos ataques feitos por milícias do grupo Estado Islâmico que perpetraram uma série de assassinatos sectários.
Na quarta-feira, a Anistia Internacional disse que o governo egípcio não dava conta de proteger as centenas de cristãos coptas que fugiram de suas casas.
Segundo foi dito, a resposta não conseguiu proteger a minoria perseguida, e que depois dos ataques sectários o governo buscou acordos conciliatórios entre as comunidades ao invés de perseguir os responsáveis.
Estima-se que 200 milhões de cristãos ao redor do mundo correm o risco de perseguição física, e uma estimativa por baixo do número de cristãos mortos por motivos religiosos anualmente faria um novo mártir a cada hora, durante os 365 dias do ano.
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Papa Francisco reza pelos cristãos perseguidos. Veja o vídeo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU