24 Fevereiro 2017
Esse será o versículo que vai unir as vigílias e os cultos pelas vítimas da homofobia que as Igrejas vão organizar por ocasião do dia 17 de maio de 2017, o Dia Internacional de Combate à Homotransfobia.
A reportagem é do sítio Riforma.it, 22-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (Romanos 12, 14): será essa exortação do apóstolo Paulo que vai unir, no dia 17 de maio de 2017, Dia Internacional de Combate à Homotransfobia, muitas comunidades cristãs que vão rezar junto com os cristãos LGBT, para fazer memória das tantas pessoas vítimas da violência da homotransfobia e da discriminação que ocorrem todos os dias ao nosso redor, muitas vezes também nas Igrejas.
No comunicado divulgado pelo Projeto Gionata, o projeto web sobre fé e homossexualidade, afirma-se que as Igrejas cristãs vão rezar juntas “com cultos dominicais, vigílias de oração ou procissões luminosas que rasgarão a escuridão das nossas cidades distraídas, porque ‘quando a vida se faz oração e a oração fala da vida, só pode acontecer algo bonito, mais forte do que toda discriminação’”.
Diante das profundas feridas da violência da homotransfobia e das tantas discriminações sofridas por ser gay, lésbica ou transgênero, ou simplesmente por ser mulher, migrante, fraco, frágil ou indefeso demais, o convite do apóstolo Paulo a “não amaldiçoar” os próprios perseguidores é um grande desafio, não só para os cristãos. Só quem aprende a perdoar, de fato, pode começar a reconstruir uma sociedade respeitosa, acolhedora, plural, rompendo o círculo vicioso da violência que gera mais violência.
No dia 17 de maio, pelo 11º ano consecutivo, os cristãos dispersos em tantas cidades italianas vão se reunir para dizer não à violência da homotransfobia e para contribuir com a cura das muitas feridas provocadas pela discriminação.
As vigílias pelas vítimas da homofobia e da transfobia na Itália nasceram em 2007, quando Kairos, o grupo de cristãos LGBT de Florença, diante do trágico suicídio de um jovem gay de Turim, convidou os outros grupos de cristãos LGBT de 14 cidades italianas a organizar um ciclo de “Vigílias de oração pela recordação das vítimas da homofobia”. Nos anos seguintes, no dia 17 de maio, as vigílias foram realizadas em um número cada vez maior de cidades. No início, foi uma iniciativa apoiada pelo Projeto Gionata, o projeto web sobre fé e homossexualidade, e, a partir de 2010, tornou-se um projeto compartilhado por cerca de 50 grupos do European Forum LGBT Christians Groups, além de muitas comunidades valdenses, metodistas, batistas e paróquias católicas.
A ideia se espalhou rapidamente pela Europa e pela América Latina. Ainda em 2008, algumas vigílias foram realizadas em inúmeras cidades da Espanha e da Irlanda, mas também na Argentina, Chile, Peru e Venezuela. E, nos anos seguintes, também na Alemanha, Malta e em outros países europeus.
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“Abençoem, não amaldiçoem”: vigília pelas vítimas da homotransfobia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU