22 Fevereiro 2017
As vantagens econômicas de quem desmata ilegalmente são maiores do que o risco de uma possível punição aos desmatadores. Esta é a conclusão do estudo do pesquisador e analista ambiental Jair Schimitt, da Universidade de Brasília (UnB).
A reportagem é de Michelle Moreira, publicada por Radioagência Nacional, 21-02-2017.
A pesquisa – apresentada em tese de pós-graduação – avalia o efeito das punições administrativas aplicadas pelo Ibama para coibir o desmatamento na Amazônia.
O pesquisador explica que para combater a atividade ilegal é necessária a atuação dos órgãos de governo em várias frentes. Ele destaca a necessidade, por exemplo de fazer com que produtores que plantam em área ilegal sentirem no bolsa a perda de dinheiro.
“A soja que tava plantada em uma área, você apreender, retirar esses produtos, eles são essenciais para que o infrator sinta de imediato que ele teve perda de capitais, de ativos”, afirmou o pesquisador.
Jair Schimitt também é servidor do Ibama e diz que muitas de suas propostas já vem sendo aplicadas dentro da instituição. É o caso da punição de toda a cadeia produtiva envolvida no desmatamento, como frigoríficos e bancos que financiam os produtores ilegais.
Outra proposta que pode virar realidade é a conversão do valor das multas de desmatamento ilegal para projetos de conservação ambiental.
O projeto está em análise no Ministério do Meio Ambiente. Atualmente, esse valor é revertido aos cofres da União, sem destinação específica.
A pesquisa recebeu o Prêmio Capes de Tese 2016 na área de Ciências Ambientais, que reconheceu os melhores trabalhos de doutorado do país, além de ser premiada na segunda edição do Prêmio UnB de Teses e Dissertações.
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Combate ao desmatamento ilegal passa pela perda de capitais de fazendeiros - Instituto Humanitas Unisinos - IHU