07 Julho 2016
Quarenta migrantes da etnia roma ocuparam a catedral de Regensburg para protestar contra a classificação do governo alemão aos países bálcãs como “países seguros”.
Os migrantes, que incluem homens, mulheres e crianças, ocuparam o vestíbulo da catedral de Regensburg na tarde de terça-feira, 05-07-2016, exigindo que o governo revise a sua decisão de classificar os estados bálcãs como países seguros. Os manifestantes ergueram faixas e placas que pedem que eles não sejam mandados de volta aos bálcãs e que tenham a permissão de permanecer na Alemanha, segundo reportagens veiculadas pela emissora da Baviera “BR24.de”.
A reportagem é de Chris Tomlinson, publicada por Breitbart, 06-07-2016 . A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Os roma, que disseram estar determinados a permanecer na catedral até que as suas exigências sejam cumpridas, contam com o apoio da organização de extrema esquerda chamada “Ação Anti-Fascista” (ou ANTIFA), que se juntou ao grupo no protesto. Este grupo de extrema esquerda é conhecido por sua prontidão em empregar a violência contra os seus opositores políticos e estaria por trás dos ataques cometidos ao partido contrário à migração em massa Alternativa para a Alemanha durante um congresso realizado em Stuttgart no início do ano.
O ANTIFA usou sua conta Twitter para apresentar uma lista de exigências às autoridades alemãs. No texto, o grupo reivindica falar pelas famílias da etnia roma dizendo que “alguns de nós estão sob ameaça de deportação. Outros poderiam ser deportados neste exato momento. Com as mudanças nos últimos meses, a situação ficou muito ruim para nós”, acrescentando que nos bálcãs eles só podem esperar “racismo, perseguição e exclusão”. Eles deixam claro que “a solução para os nossos problemas está aqui”, na Alemanha.
O porta-voz do grupo não deixou claro quanto tempo o protesto duraria, mas revelou que vários dos migrantes que nele participam já receberam ordens por parte das autoridades alemãs para deixarem o país voluntariamente.
As famílias da etnia roma têm vivido em várias cidades da Alemanha, incluindo as cidades de Regensburg e Ingolstadt, na Baviera. Alguns dos migrantes estão no país de forma ilegal há meses, enquanto outros estão há décadas.
Este protesto possui grandes semelhanças com uma situação ocorrida na capital austríaca, Viena, em 2012. Nesse caso, militantes de esquerda juntaram-se aos migrantes para exigir um fim às deportações enquanto ocupavam a Igreja Votive. O protesto inspirou o movimento juvenil de migração em massa austríaco denominado “Identitário”, assim como o dramaturgo Elfriede Jelinek.
O dramaturgo e o grupo acabaram entrando em um conflito este ano quando o grupo protestou durante uma apresentação da peça “Os Protegidos”, em sua exibição na Universidade de Viena. Mais tarde, um grupo juvenil de direita se fez presente numa outra apresentação da peça para chamar de hipócritas os políticos que aprovaram a exibição da obra.
A Diocese de Regensburg pediu que a polícia não se envolva no protesto. Via comunicado à imprensa, a diocese informou que “está comprometida em dar assistência e acompanhamento humanitário”, o que inclui auxílio médico e locais para as famílias dormirem bem como cuidados às crianças. A polícia também divulgou uma nota dizendo que não tem a intenção de interferir no protesto desta vez.
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Alemanha. Migrantes ocupam catedral de Regensburg - Instituto Humanitas Unisinos - IHU