Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, colaborador do Instituto Humanitas Unisinos - IHU e do canal Paz Bem.
Rugove
Achei que nalgum momento
A luz viria tomar conta de tudo
Que de uma forma ou outra
Lavaríamos os cabelos no mar
Mas hoje o que se vê da janela
É o lado oposto do clarão
É mais uma volta na avenida
Com ombros cobertos de pavor
E eu só sei que acordamos sempre
Para o contrário disto
Somos os filhos do verão
- somos o inverso da escuridão.
Fonte: Matilde Campilho. Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 110.
Matilde Campilho (Foto: Walter Craveiro | FLIP)
Matilde Campilho (1982): Poetisa portuguesa, desde 2010 vive entre o Rio de Janeiro, onde atuou como jornalista e redatora, e Lisboa, Portugal. É autora de poemas e videopoemas na internet, onde conta com uma legião de fãs, nos quais mescla cidades, músicas, imagens inesperadas e notícias de jornal. Em 2014 lançou seu primeiro livro, Jóquei (Editora 34: 2015), que teve suas três primeiras edições rapidamente esgotadas em Portugal.