30 Agosto 2017
Parolin disse que assistiu o mais recente vídeo atribuído aos ISIS em que o papa e o Vaticano são ameaçados e que “não se pode deixar de ficar preocupado”.
A informação é publicada por Catholic News Service, 29-08-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O Vaticano obviamente preocupa-se com as ameaças terroristas, “especialmente pelo ódio sem sentido” que ele representa, e permanecerá vigilante. Foi o que disse o Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.
Dirigindo-se aos repórteres em 26 de agosto, o cardeal disse que assistiu ao mais recente vídeo atribuído ao grupo Estado Islâmico em que o papa e o Vaticano são ameaçados, e que “não se pode deixar de ficar preocupado”. No entanto, o religioso informou não acreditar que o vídeo tenha levado à adoção de medidas extras de segurança além das que têm estado em vigor já há algum tempo.
Para o Ano da Misericórdia 2015-2016, a principal via que leva à Praça de São Pedro ficou fechada para o tráfego; e nunca reabriu. E, embora já tenham se submetidos aos controles de segurança os peregrinos que se aproximam da Praça de São Pedro para a audiência semanal do Papa Francisco às quartas-feiras e de sua oração do Ângelus aos domingos, a polícia italiana parece atualmente estar levando mais tempo para realizar estes controles depois do ataque terrorista em Barcelona no último dia 17.
Parolin conversou com os jornalistas em Rimini, na Itália, onde palestrou durante um encontro promovido pelo movimento Comunhão e Libertação.
O jornal vaticano L’Osservatore Romano publicou uma longa seção com o discurso do cardeal, focando-se especificamente no fenômeno do sentimento anti-imigratório.
Parolin manifestou surpresa com o fato de que, em muitos países, o debate atual “foca-se em se defender dos migrantes”.
Estes debates demonstram uma “divisão aguda entre os que reconhecem Deus nos pobres e necessitados e os que não o reconhecem”.
Os líderes governamentais certamente têm a obrigação de encontrar alternativas à “migração massiva e descontrolada e de criar programas que evitem a desordem e a infiltração de pessoas violentas”, disse. O religioso acrescentou que os políticos deveriam procurar meios para promover o desenvolvimento nos países de origem dos migrantes para que as pessoas possam sobreviver e prosperar neles. “Mas isso levará décadas para gerar frutos”.
O sentimento anti-imigratório, disse também, “resulta geralmente do medo” e acompanha a sensação geral de desorientação e confusão sobre as mudanças causadas pela globalização, especialmente em questões econômicas.
As pessoas precisam perceber que “já faz bastante tempo desde que o Estado-nação moderno tinha o controle pleno e exclusivo da economia nacional”, afirmou. Na ausência de um controle completo sobre a economia nacional, “não é surpresa haver uma tendência geral, especialmente em países autoritários, mas também em muitos líderes e movimentos ‘populistas’ – de direita e de esquerda –, a declarar a própria soberania nacional em termos de supremacia cultural, identidade racial e nacionalismo étnico e a encontrar nestes um motivo para reprimir a dissidência interna”.
Atualmente a economia é global, disse Parolin, e não existe uma nação que consiga consertar sozinho os problemas da economia.
“Vários aspectos da globalização precisam ser governados”, o que deve ser feito através da diplomacia internacional e de um compromisso conjunto para promover o bem comum.
“Neste ponto, onde valores mais profundos como os de justiça e paz estão em jogo, as realidades como os Estados Unidos e a União Europeia têm um papel e uma responsabilidade decisivos”, completou. “Mas muitíssimas vezes sente-se a ausência deles”.
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Vaticano está preocupado com ameaças terroristas e continuará vigilante, diz Cardeal Parolin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU