06 Março 2017
São 54 mil os menores acompanhados que entraram ilegalmente nos Estados Unidos vindos do México nos últimos meses, muitos mais em comparação com o período anterior. Assim, o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos estaria avaliando o projeto de dividir as mães e os filhos que entram ilegalmente do México.
A reportagem é de Riccardo Cristiano, publicada no sítio Vatican Insider, 04-03-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A proposta teria sido confirmada à agência Reuters por fontes governamentais. A intenção é a de criar um impedimento que contenha o grande número de mulheres que, fugindo da pobreza e de violências generalizadas, incluindo sexuais, entram com os seus filhos ainda menores nos Estados Unidos. O projeto preveria que as mulheres fiquem detidas até o procedimento de expulsão ou a concessão de asilo, enquanto os menores seriam confiados em custódia.
O projeto corresponde ao anúncio do presidente Trump de querer superar o atual sistema em que os migrantes esperam em liberdade a decisão sobre o seu status, depois de um breve período de detenção, já que uma decisão da Corte Federal proíbe a detenção prolongada de menores.
De acordo com a rede de televisão MSNBC, o chefe da Divisão de Pedidos de Asilo, John Lafferty, disse durante uma reunião que o Departamento de Segurança Nacional já teria identificado 20 mil possíveis postos-leito para migrantes ilegais à espera de expulsão ou de asilo. Questionado para comentar, Lafferty respondeu que não podia falar a respeito.
Marielena Hincapie, diretora executiva do National Immigration Law Center, declarou que o novo projeto “poderia causar traumas psicológicos irreversíveis para os menores, especialmente se a separação da mãe ocorresse depois de uma viagem perigosa” e sofrida, como quase sempre acontece. E que o governo pode ser forçado a ter que enfrentar desafios legais com base nas leis sobre o direito de família e a imigração.
Dom Domenico Mogavero, bispo de Mazara del Vallo e canonista, sublinhou que “essa casuística certamente não é uma peculiaridade estadunidense. Aqui na Sicília, assistimos há anos desembarques com inúmeras mães que trazem menores consigo, crianças, até mesmo lactantes. É um absurdo pensar em separá-las dos seus filhos, porque nenhuma lei positiva pode ir contra a natureza, e o trauma psicológico para o menor, já em evidente condição desconfortável, certamente seria grave e provavelmente irreversível”.
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EUA: separar mãe e filhos, a nova ideia para frear os migrantes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU