01 Março 2017
Assustado com o filme de 30 minutos de 1991 da Shell. Isso mesmo, da SHELL.
Eles explicam didaticamente o efeito estufa, usando a lua como exemplo oposto à Terra (sem efeito estufa, temperatura varia muito, mas a média é bem abaixo da nossa). Lembram, além do CO2, do metano, do óxido nitroso e dos halocarbonetos. É cientificamente simples e preciso, mostram total respeito pela comunidade científica, tanto as observações quanto as projeções de modelos, apesar das incertezas, bem maiores na época do que agora.
Mas não é só isso. Eles já tinham consciência dos impactos. Do que estamos começando a presenciar hoje e do que pode arruinar o futuro das atuais e novas gerações.
Falam de elevação do nível do mar, como ameaça aos países insulares, falam de Bangladesh, falam que a Holanda pode estar segura agora graças ao seu elaborado sistema de barreiras e de bombeamento, mas que no futuro isso é incerto. Falam do perigo de quebras de safras que mudanças sutis nas zonas climáticas podem acarretar e de refugiados climáticos.
Esta frase é particularmente impressionante: "O aquecimento global ainda não é certo, mas muitos argumentam que esperar por uma 'prova final' seria irresponsável. Ações agora parecem ser o único caminho seguro."
O que os documentos da Exxon (do final da década de 70 e dos anos 80) e o vídeo da Shell de 1991 mostram é que... essas corporações tinham o conhecimento do perigo do aquecimento global, tinham os recursos para investimento, tinham a possibilidade de influenciar governos e outros setores da indústria. Fizeram uma escolha: o lucro rápido e fácil. E ligaram o "foda-se". Para mim, para você, para a humanidade inteira, para a biosfera inteira. Sério, essas companhias mereciam ir a tribunais internacionais, da mesma maneira que os nazistas em Nurenberg. Eles sabiam, amigas/os. Eles sabiam.
Grande momento da Portela, ontem, lembrando a catástrofe da Samarco, em Mariana, que destruiu o rio Doce.
O novo ministro do STF fala "cidadões" e o ministro da Educação fala "haverão". E "nóis fica" como?
Exato, Professor!! Tá desse jeito...
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