08 Agosto 2016
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Uma confissão: a música "Blowin' in the wind", de Bob Dylan, e eu temos uma história, e ela não é confortável, porque a música está sempre ligada ao meu sentimento de que um tapete espiritual e litúrgico puxado foi debaixo de mim quase imediatamente depois de eu ter feito a minha Primeira Comunhão.
O relato é de Elizabeth Scalia, publicada no sítio Aleteia, 03-08-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Irmã, você tem que me fazer repetir o segundo ano!", eu disse à freira.
"Mas por que, querida?", ela perguntou.
"Porque eu quero comungar de novo!", eu me lamentei. "E eu só posso fazer a Primeira Comunhão no segundo ano!"
A irmã me assegurou que, embora eu só pudesse fazer a minha Primeira Comunhão uma vez, eu poderia, agora, receber Jesus na Eucaristia "todos os domingos, todos os dias, se você quiser! Você sempre terá isto: a missa e a Sagrada Comunhão"!
Naquele dia sem nuvens, a frase "você sempre terá isto" parecia ser uma promessa sincera. Afinal, o "isto" permaneceu mais ou menos inalterado durante 2.000 anos. Levando isso em consideração, eu fiquei um pouco mais consolada.
Como foi que aconteceu, então, que, pouco tempo depois, eu vi o meu hino favorito da infância ("Praise to the Lord, the Almighty, the King of Creation") ser substituído por uma versão de "Blowin' in the Wind", de Bob Dylan? Como foi que as nossas vozes duvidosas foram instigadas por um homem de calça jeans que dedilhava um violão? Por que o nosso padre pregava não sobre os sacramentos, ou sobre o pecado, ou sobre a salvação, mas sobre a sabedoria de "Mrs. Robinson", de Paul Simon, que nos disse que "Jesus loved us more than we knew" [Jesus nos amou mais do que sabia]?
Então, quando eu abri um e-mail e encontrei o vídeo acima, com algumas notas do Facebook anexadas, eu revirei os meus olhos. Mas cliquei para ouvi-lo, e essa versão de Julia Harriman, Scott Hoying e Mario Jose é impressionante. Ela eleva.
"Com tudo o que acontece em todo o mundo, meus amigos e eu queríamos compartilhar um pouco de amor da melhor forma que sabíamos! E que melhor maneira do que cantando uma das nossas músicas favoritas, Blowin’ in the wind, de Bob Dylan?", explicou Harriman no Facebook. Hoying acrescentou que a canção era "dedicada ao amor".
Bem, ok. Uma brilhante versão, mas alguns ainda podem querer saber que resposta "Blowin' in the wind" pode dar para o mal dos nossos dias.
A Escritura nos diz repetidas vezes que o Espírito Santo se move no vento, seja em uma grande cacofonia de barulhos como no dia de Pentecostes, ou em um sussurro, como o de Elias. Essa é uma conexão que o Papa João Paulo II também fez, quando, no dia 27 de setembro de 1997, Bob Dylan cantou a música para ele na cidade italiana de Bolonha.
João Paulo II disse: "A resposta às questões da vida de vocês ‘está soprando no vento’. É verdade! Mas não no vento que tudo dispersa nos vórtices do nada, mas no vento que é sopro e voz do Espírito Santo, voz que chama e diz: 'Vem!'".
Um vento malvado atualmente está percorrendo o mundo, deslizando-se entre as rachaduras dos nossos corações e chicoteando-se ao redor dos cantos das nossas mentes e no fundo dos becos mais sombrios da nossa alma.
Talvez, exatamente agora, precisemos de uma música em particular para nos lembrar que o Espírito Santo se move no vento e é uma força mais potente do que qualquer outra. Talvez devêssemos aceitar a sugestão do Papa São João Paulo II e pedir que o Espírito Santo direcione o seu rodopio, soprando o vento sobre todas as nossas rachaduras, suavizando os nossos cantos irregulares e levando luz para as nossas sombras espirituais.
Blowin' in the wind
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"Blowin' in the wind": uma música sobre o Espírito Santo? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU