25 Julho 2016
Víctor Manuel Fernández, reitor da Universidade Católica de Buenos Aires, um dos mais próximos colaboradores e amigos de Bergoglio, publicou no ano passado Quince motivaciones para ser misioneros: para caminar con el Papa Francisco [Quinze motivações para ser missionários: para caminhar com o Papa Francisco], um breve ensaio que agora foi traduzido ao italiano pela Editrice Missionaria.
A reportagem é de Maria Teresa Pontara Pederiva, publicada no sítio Settimana News, 22-07-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Como gostaria de encontrar palavras para encorajar uma estação evangelizadora mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor até ao fim e feita de vida contagiante!" (EG 261): daí a necessidade de fortes motivações para induzir as pessoas a embarcarem na estrada da missão.
E de onde partir, quando nos dirigimos aos leigos? Da experiência mais comum para a grande maioria deles: a do amor humano. Todo apaixonado sente um forte desejo de falar sobre a pessoa amada, tecer os seus louvores, iluminar-se apenas com o pensamento do próximo encontro, compartilhar a própria alegria com aqueles com os quais se encontra.
E nós, que conhecemos Jesus Cristo e nos deixamos aferrar por Ele, se fizemos a experiência do amor do Pai na nossa vida, por que não deveríamos fazer o mesmo? Além disso, isso aconteceu com os discípulos de Emaús e com muitos outros ao longo dos séculos: por acaso nós, homens do terceiro milênio, somos cristãos diferentes? Quem ou o que nos torna paralisados e incapazes de testemunhar?
O missionário é uma pessoa como as outras, em nada perfeita, mas entusiasmada, sim, porque vive na certeza do amor de Deus, uma pessoa que vive na confiança em Deus e nos outros, guiado por uma espiritualidade capaz de transformar o seu coração (uma "mística" do anúncio que se alimenta da Palavra).
Fernández nos guia, assim, à redescoberta de modo, tarefa de cada cristão que decide "restituir" os muitos dons recebidos, dedicando uma parte do próprio tempo à missão, com a vida e as escolhas cotidianas (não são necessárias coisas extraordinárias, porque um leigo tem uma família, um trabalho...).
Como nos lembra o Papa Francisco, "a primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele" (EG 264): se não sentimos a necessidade de fazer isso, talvez devamos concluir que não nos sentimos mais amados?
Se "contemplarmos" o Evangelho, se nos determos nas suas páginas, se formos capazes de lê-lo com o coração, chegaremos à conclusão de que não há nada melhor a ser transmitido aos outros. "O Evangelho é o que é indispensável para ser feliz, para crescer, para se realizar como ser humano, porque responde às necessidades mais profundas de cada pessoa, às inquietações, às angústias e aos seus sonhos mais preciosos."
Mas "ser missionário – continua Fernández – significa se tornar libertadores de escravos" e desejar que o Reino do Senhor transfigure a terra inteira, porque nada neste mundo é indiferente para eles. Sem medo das mudanças, porque a missão não é feita para pessoas que se agarram às próprias seguranças e costumes, ao contrário: é preciso ter a coragem de derrubar todas as estruturas que não servem (ou não servem mais) para a missão.
E, acima de tudo, sem esquecer a "mística do encontro", sem a qual aquele que acredita ser cristão nada mais é do que "um insuportável charlatão que não acredita naquilo que pretende transmitir".
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A tarefa do cristão: a missão, sem "charlatanismo" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU