22 Junho 2009
A prostituição de adolescentes e crianças na Ilha de Marajó foi formalmente denunciada ao governo federal em abril de 2006 pelo bispo local (leia abaixo), mas a fiscalização, que aumentou, não brecou uma situação já enraizada.
A reportagem passou cinco dias na região e viu que crianças e adolescentes se prostituem por dinheiro suficiente para se divertir à noite ou consumir artigos como roupas, celulares ou um simples hot dog.
Em cidades com alguns dos piores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) do país, o dinheiro parece corromper mesmo quem, à primeira vista, não tem nada a ver com o negócio do sexo. Dependendo do valor, um taxista pode se tornar agenciador de adolescentes, e um vigilante de rua pode tentar arranjar um local para o encontro ocorrer.
Outra questão é a localização remota. De Belém até Portel, pode-se gastar até 25 horas de barco, como ocorreu aos policiais civis que foram até lá promover uma operação intitulada Cadê seu Filho?, para retirar crianças de situações de risco.
Nas comunidades ainda mais afastadas o maior problema não é a prostituição, mas o abuso sexual de crianças, na maior parte das vezes por um familiar. Em Portel, um terço dos 18 presos está lá por esse crime.
(cfr. notícia do dia 22-06-09, desta página).
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Crianças de Marajó se prostituem por hot dog - Instituto Humanitas Unisinos - IHU