17 Outubro 2008
“As crianças não são capazes de odiar: são os adultos que lhes ensinam e que, talvez, metem-lhes uma kalashnikov na mão para atirar em seus familiares. E quem exporta armas aos países em risco de guerra deveria se envergonhar”. Novamente, o arcebispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da paz e símbolo da luta contra o apartheid, é franco e não usa giros de palavras diplomáticas.
Ele uniu-se a campanha “Riscriviamo il futuro” [Reescrevamos o futuro], da organização Save the Children. São 37 milhões os menores que se arriscam a ir para a escola por culpa das guerras. A ONG pediu uma mobilização para dar às crianças “melhor educação e menos armas”.
O tráfico de armas é uma prática perigosa e imoral. Todos os acordos internacionais vetam a venda de armas aos países envolvidos em guerras civis ou onde há opressão. Entretanto, as armas chegam, até onde os governos usam-nas contra o seu próprio povo. Penso na Birmânia, no Zimbábue. Os chineses continuam mandando armas ao regime de Mugabe, que as usa contra a população. Sabemos disso com certeza, até porque um navio fez uma parada na África do Sul e – por sorte – o sindicato dos trabalhadores portuários se recusou a desembarcar a carga.
Deveríamos nos colocar de pé para salvar os mais jovens, especialmente aqueles das zonas de guerra: as crianças têm direito ao futuro, a um futuro sem guerra. Têm o direito de viver onde não sofram fome, de ser vacinados para evitar as doenças e de receber o tratamento necessário para crescer. Muitas crianças morrem porque não tiveram acesso à água potável, ou morrem de doenças facilmente curáveis. O objetivo é um futuro melhor.
(cfr. notícia do dia 17-10-08, desta página).
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"Sem-vergonhas são aqueles que armam as nossas crianças". Entrevista com Desmond Tutu - Instituto Humanitas Unisinos - IHU