China reage à pressão dos EUA contra yuan

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

13 Outubro 2011

Numa resposta desafiadora à aprovação do Senado dos EUA à proposta de pressionar a China para que deixe o yuan se valorizar, o BC chinês determinou ontem uma banda relativamente mais baixa para a moeda em relação ao dólar. O BC chinês advertiu também que a pressão americana pode expor ainda mais a revisão da taxa de câmbio do país.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, 13-10-2011.

No longo prazo, o valor da moeda é fixado de acordo com o que o Banco Popular da China determina. O BC chinês afirmou que a decisão dos EUA de punir a China por causa do valor de sua moeda complica os esforços para liberar gradualmente o yuan de suas restrições pelo governo e deixar que ele seja comercializado mais livremente.

"Politizar o assunto yuan não resolve os problemas dos EUA, como o déficit fiscal e a elevada taxa de desemprego, mas pode afetar o processo de reforma na taxa de câmbio do yuan que está em andamento", advertiu o BC chinês. A resposta está alinhada com os protestos de outras autoridades no governo chinês, e Pequim já havia advertido que a aprovação da lei pode desencadear uma guerra comercial.

"A lei viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e não apenas não resolve os problemas econômicos e de desemprego da América como também inflige dano sério às relações da China com os EUA, e interfere nos esforços dos dois países e da comunidade internacional para reativar a economia global", disse Ma Zhaoxu, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, depois que o Senado dos EUA aprovou o texto por 63 votos a 35 e o enviou para a Câmara.

A legislação vai "interromper os esforços conjuntos da China e dos Estados Unidos, assim como da comunidade internacional, para estimular a recuperação vigorosa e o crescimento da economia global", afirmou Ma.

Subsídio comercial

A lei pode forçar a Casa Branca a ser mais agressiva em relação às tarifas e outras penalidades contra países com moedas "desalinhadas". O objetivo do projeto é ajudar as empresas americanas, que argumentam que a política de Pequim de manter a moeda desvalorizada em relação ao dólar beneficia os exportadores chineses e funciona como um subsídio comercial. Opositores disseram que, se o projeto virar lei, Pequim pode fazer retaliações contra empresas dos EUA baseadas na China.

Os esforços de Washington para dobrar os chineses podem ter o efeito oposto, pelo menos por hora. Investidores em moeda já estão computando o risco de que a China possa apertar a rédea do yuan para demonstrar seu controle sobre a moeda.

A Casa Branca, por sua vez, informou que está conversando com legisladores dos EUA para resolver questões sobre o projeto. O presidente Barack Obama, porém, não apoia a iniciativa dos senadores de seu partido. A Casa Branca está preocupada com as "obrigações internacionais" dos Estados Unidos na OMC.

O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, disse ontem que a legislação concebida para pressionar a China a desvalorizar a sua moeda representa um "risco muito grave" de uma guerra comercial. Boehner, líder da maioria republicana de oposição, tem se manifestado contra a adoção da medida pelo Congresso americano.