25 Agosto 2011
Na véspera da visita oficial à Alemanha, Bento XVI recebeu um elogio inesperado. Quem o fez foi um dos líderes históricos da esquerda radical alemã, Gregor Gysi (foto).
A reportagem é de Alessandro Alviani, publicada no sítio Vatican Insider, 24-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Muitos criticam o papa, mas "eu gostaria de escrever sobre um outro aspecto que me despertou interesse: ao contrário da sua fama de conservador duríssimo, o Papa Bento XVI explica que é um teólogo da modernidade", observa Gysi em um editorial escrito para o suplemento "Christ & Welt", da revista Die Zeit.
O pontífice vê dois possíveis caminhos de acesso ao bem, à razão e à religião, que, segundo ele, "demonstram-se ambas deficitárias. Não deveríamos esperar necessariamente que um papa dissesse algo semelhante sobre a religião", continua Gysi. O artigo, intitulado Obrigado por essas boas normas, conclui com um apelo: "Não devemos seguir imediatamente esta ou aquela norma, mas devemos apreciar o fato de haver normas – algumas das quais são boas".
Gregor Gysi é o líder, no Bundestag, da formação de esquerda alternativa Die Linke. Seu pai, Klaus Gysi, foi embaixador na Itália e no Vaticano, ministro da Cultura e subsecretário das questões eclesiásticas da Alemanha Oriental.
Entretanto, o Linke olha com uma atitude crítica para a visita do papa à Alemanha, programada para os dias 22 a 25 de setembro, e em particular para o discurso de Bento XVI no Bundestag, previsto para a tarde do dia 22. De acordo com um porta-voz do grupo parlamentar, alguns deputados abandonariam a câmara quando o pontífice tomar a palavra ou até poderiam nem se apresentar. Não está claro, por enquanto, quantos dos 76 deputados do grupo político de extrema esquerda vão participar do protesto no Bundestag.
