Aliados desde a dobradinha
Luiz Inácio Lula da Silva e
José Alencar para a Presidência da República em 2002, PT e PR estão unidos na maioria das eleições nacionais e estaduais desde então. A aproximação explica, em parte, a dificuldade que a presidente
Dilma Rousseff (PT) encontra para enquadrar o aliado, apesar das denúncias de propina e superfaturamento no Ministério dos Transportes, controlado até a semana passada pelo presidente nacional do PR,
Alfredo Nascimento.
A reportagem é de
Raphael Di Cunto e publicada pelo jornal
Valor, 11-07-2011.
Em 2002, ano em que o PL, antecessor do PR, elegeu o vice na chapa petista, os dois partidos estiveram do mesmo lado em 19 Estados. A aliança enfraqueceu em 2005, com o escândalo do mensalão, e o PL, que tinha apoiado a primeira eleição do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), voltou a se aproximar dos tucanos no ano seguinte, com coligação em oito Estados. Pragmático, o partido ficou do lado do PT em outros onze. Na disputa nacional não firmou alianças.
O partido voltou à base do
governo Lula no início do segundo mandato e foi um dos primeiros a ficar ao lado de
Dilma em 2010, mas o acordo formal não levou a aliança ao patamar de 2002. O PT apoiou o PR no Amazonas, que tinha
Nascimento como candidato, e foi retribuído em seis Estados. Os dois estiveram na mesma coligação em outras nove candidaturas, mas parte dos republicanos ficou com o PSDB de
José Serra.
Nacionalmente, a aliança deu ao PR o Ministério dos Transportes. Nos Estados, porém, a relação não rendeu muitos frutos para o partido. Nenhum dos três governos do PT que tiveram apoio do PR na eleição de 2010 resultou em representação no Executivo para os correligionários de
Valdemar Costa Neto.
No
Rio Grande do Sul, o governador
Tarso Genro (PT) não abriu espaço para a legenda, que não elegeu deputado estadual. No
Sergipe, também sem nenhum parlamentar do PR na Assembleia, a sigla ficou fora da administração de
Marcelo Déda (PT). No
Acre,
Tião Viana (PT) não convidou para o governo nenhum integrante do PR, que está até sem direção no Estado - a comissão provisória venceu no começo do ano e não foi renovada pela executiva nacional.
PT e PR também se uniram no Estado em 2008, quando elegeram
Raimundo Angelim (PT) prefeito de Rio Branco. O partido não fez vereadores e, novamente, ficou de fora do governo. No
Recife, a outra única capital em que os petistas saíram vitoriosos com ajuda do PR, a sigla indicou o secretário de Saneamento,
José Marcos de Lima.
As coligações municipais, contudo, estão mais atreladas ao cenário regional. Em 2008, os dois se coligaram em sete das capitais, mesmo número que PR e PSDB. Em 2004, o consórcio PT/PR disputou sete capitais, enquanto a união com tucanos formou seis chapas. Para 2012, os acordos ainda estão em discussão. "A afinidade nacional é um facilitador, mas não vai limitar as alianças", afirmou o ex-prefeito de
Mauá Diniz Lopes (PR).
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PR fez aliança eleitoral com o PT em 15 Estados em 2010 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU