A deterioração da crise grega pode impactar os bancos Santander e BBVA na América Latina

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07 Julho 2011

O presidente do conselho de administração do Santander Brasil, Fábio Barbosa, disse ao Valor que está "firme e forte" no cargo, reagindo bem humorado à especulação de que poderia sair para outra empresa, meses depois de deixar a direção executiva do banco.

A reportagem é de Assis Moreira e publicada pelo jornal Valor, 08-07-2011.

Também ontem, ele entrou no board da Fundação das Nações Unidas, uma organização criada em 1998 com a doação de US$ 1 bilhão do empresário americano Ted Turner para apoiar atividades da Organização das Nações Unidas (ONU). Barbosa vai levar "a visão latino-americana" no conselho que inclui vários ex-chefes de Estado e de governo, grandes executivos, acadêmicos e a rainha Rania Al Abdullah da Jordânia.

Barbosa abriu em Paris um seminário sobre economia brasileira, organizada pela revista "The Economist" com apoio do Santander e outras companhias, durante o qual rechaçou a existência de bolha de crédito no país. Reiterou que o sistema financeiro brasileiro é forte, "parte da solução e não do problema". Em entrevista, ele disse que o mercado está estimando alta do crédito entre 15% e 17% neste ano, e o Santander está na mesma linha. O crescimento da demanda é um pouco maior nas pequenas e médias empresas e menor para os indivíduos. Para 2012, a expectativa de Barbosa é de o crescimento do crédito continue no patamar de 15% no país, no rastro de um crescimento mais equilibrado.

Quanto aos resultados do Santander Brasil, que representam por volta de 25% do grupo, "continuarão sendo muito importantes".

Enquanto Barbosa falava em Paris, o banco Nomura, de Nova York, divulgava uma análise estimando que, se a situação na Grécia pareça se deteriorar, o principal risco para a América Latina viria de uma reversão no fluxo de portfólio e da presença dos bancos espanhóis BBVA e Santander na região. Nomura acha que esses bancos poderiam precisar reduzir seu capital na região, estimando que poderia chegar a US$ 21 bilhões no Brasil, e US$ 28 bilhões no total da América Latina. Mas o impacto sobre as moedas da região seria marginal.

Fábio Barbosa destacou também que o sistema financeiro está mudando seu papel no Brasil para acompanhar as demandas da economia. "Agora são voltadas para financiamento de longo prazo."

Sua expectativa é de que ainda neste ano ou em 2012 no máximo sejam definidas as condições para que o setor financeiro, que tem captação muito curta, possa ter captação de prazo mais longo e financiar também por um período maior. Disse que as discussões com o governo vão na direção da criação de um mercado secundário, ajustes na questão tributária, a indexação ao Certificado de Depósito Interfinanceiro e a criação de bônus de longo prazo. "Tudo isso tem sido conversado bastante e não são soluções simples. O próprio governo já admitiu que não poderá financiar sozinho no longo prazo", afirmou Barbosa.

Também em Paris, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, descartou qualquer possibilidade de dirigir um fundo de investimento americano, como chegou a ser publicado. Ele presidirá o Conselho Público Olímpico, como representante da União.