17 Junho 2011
A Comissão de Doutrina dos bispos dos EUA vai responder em breve, por carta, à teóloga Elizabeth Johnson, cujo livro de 2007, Quest for the Living God: Mapping Frontiers in the Theology of God, foi duramente criticado pelo grupo, de acordo com o diretor-executivo da Secretaria para a Doutrina dos bispos.
A reportagem é de Dan Morris-Young, publicada no sítio National Catholic Reporter, 15-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A comissão irá agradecer à Irmã de São José, professora de teologia da Fordham University, de Nova York, pela sua recente carta de 38 páginas, respondendo à crítica à sua obra por parte do órgão doutrinário, disse o padre capuchinho Thomas Weinandy.
A entrevista com Weinandy ocorre à margem do encontro semestral dos bispos dos EUA que ocorre em Bellevue, Washington.
Weinandy disse: "A carta irá confirmar o recebimento da sua defesa e agradecê-la por ter enviado a sua resposta à comissão e dizer que a comissão também estuda a sua resposta a fundo e, em uma data futura, irá dar um retorno a ela".
Weinandy disse que ainda não está claramente decidido quem irá elaborar a carta, mas que poderia ser o cardeal Donald Wuerl, de Washington, que dirige a comissão.
"Não há um cronograma definido" para a minuciosa resposta da comissão, acrescentou o padre, mas poderia chegar a "meses".
A Comissão de Doutrina dos bispos, no final de março, depois de estudar o livro durante um ano, concluiu que a obra de Johnson de 2007 "não está de acordo com a autêntica doutrina católica em pontos essenciais" e "mina completamente o Evangelho e a fé daqueles que creem no Evangelho".
Em uma carta do dia 1º de junho à Comissão dos bispos, Johnson defendeu energicamente a ortodoxia do livro, dizendo que a comissão não havia compreendido, deturpou e interpretou completamente mal o livro.
Questionada sobre as acusações de que a investigação foi feita em segredo, não respeitando o devido processo e ignorando as orientações para lidar com esclarecimentos teológicos, Weinandy disse: "A comissão foi feliz com o processo que seguiu à luz da situação em que se encontrava, em que sentiu que uma resposta pastoral era necessária e, assim, eles acharam que era conveniente divulgar um comunicado".
Johnson teria dito que só teria tomado conhecimento da investigação e da consequente declaração pelos noticiários se o seu próprio arcebispo, Timothy M. Dolan, de Nova York, não tivesse lhe contatado antes.
"Eu não posso comentar isso. Não há nada que eu possa dizer publicamente", respondeu o padre quando perguntado se houve algum exame de consciência dos membros da comissão sobre não terem notificado Johnson sobre a investigação durante o ano em que ela estava em processo – ou sobre os protestos apresentados por dezenas de teólogos sobre o modo da ação.
No dia 10 de junho, a Sociedade Teológica Católica dos EUA aprovou com ampla maioria uma resolução em que diz que "lamenta profundamente" a forma como os bispos lidaram com a investigação do livro de Johnson e recomendando que os bispos dos EUA estabeleçam uma comissão para avaliar os procedimentos que levaram à declaração da sua Comissão de Doutrina em abril.
Johnson é uma eminente professora de teologia na Fordham e foi homenageada pela Associação de Faculdades e Universidades Católicas em 2006, por ter dado "notáveis contribuições para a vida intelectual católica".
Questionado se achava que a comissão doutrinal iria lidar da mesma forma com futuras investigações em potencial, Weinandy disse: "Eu não posso responder isso, porque não sou um bispo".
Ele observou que "um grande número de bispos pediram que a Comissão de Doutrina revisasse o livro". Ele se recusou a mencionar nomes.
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Resposta dos bispos dos EUA à teóloga censurada pode levar meses - Instituto Humanitas Unisinos - IHU